Uma retrospetiva de Ingmar Bergman no Porto; as sempre relevantes Breeders no Alive, em Oeiras; poemas de Ruy Belo e Carlos Drummond de Andrade num recital em Matosinhos. Que nunca nos falte a abundância de propostas culturais.
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Matosinhos
Da volúpia das formas às possibilidades ilimitadas, há muito mais em comum entre a arquitetura e a poesia do que poderíamos pensar. Este sábado, às 21 horas, a Casa da Arquitetura, em Matosinhos, traz-nos, se necessário for, mais provas dessa relação tantas vezes próxima. No recital de literatura e música “No Poema - Arquiteturas em Voz e Verso", no Espaço Álvaro Siza, sob curadoria e direção artística do poeta brasileiro Eucanãa Ferraz, vão ser lidos 40 poemas de autores portugueses e brasileiros pelas vozes de Eucanãa Ferraz, Rosa Maria Martelo e Tatiana Faia. A leitura dos textos é acompanhada ao piano por Pedro Guedes, diretor da Orquestra Jazz de Matosinhos, e Mário Santos, nas madeiras. Ruy Belo, Manuel António Pina e Carlos Drummond de Andrade estão entre os autores selecionados. Os bilhetes custam cinco euros e podem ser adquiridos aqui.
Guimarães
Pelo país fora, há múltiplos festivais a decorrer. O Allegro, em Guimarães, é um dos que merece figurar na galeria dos indispensáveis, ao aliar a música erudita e património fortificado. Na nona edição, o festival, que decorre até sábado, não só assinala os 100 anos do nascimento de Joly Braga Santos e os 500 de Luís de Camões, como acolhe as finais do Prémio Jovens Músicos RDP. Pelo meio, não faltam concertos espalhados pelo centro histórico vimaranense que nos prometem o espanto ao virar de cada esquina.
Guarda
A Guarda está em modo jazz até aos próximos dias. O seu festival, Guarda In Jazz, há vários anos que conquistou um lugar de relevo no panorama artístico, graças à versatilidade e ecletismo que encontramos nas suas propostas. A edição deste ano não é exceção. Entre os artistas presentes não faltam artistas comsagrados como Júlio Resende ou Jeffery Davis, mas mais ainda cruzamentos estimulantes que apelam ao diálogo musical. A revisitação do cancioneiro de José Afonso sob o prisma do jazz ou as ligações entre este género e o fado são disso prova.
Oeiras
Sim, será um gosto gigantesco rever Eddie Vedder 'y sus muchachos' pela 183ª vez, no seu louvável afã de nos mostrarem que são umas estrelas porreiraças capazes até de soltarem um magnânimo “hola, Portugal” durante um concerto, mas os Pearl Jam não são a única – nem sequer a mais interessante... - proposta deste sãbado, derradeiro dia do Nos Alive. Esse título pertence por inteiro às Breeders, a banda formada pelas manas Kim e Kelley Deal que vem ao Passeio Marítimo de Algés assinalar (com algum atraso, é verdade) os 30 anos de “Last splash”, o disco que as catapultou para o primeiro plano da cena indie rock e grunge. Um acontecimento, pois então.
Águeda
O Agit'Águeda https é um pequeno grande milagre em forma de festival. Por todos os recantos desta acolhedora cidade do distrito de Aveiro brotam eventos, que tanto podem ser performances inusitadas ou magníficos exemplos de arte urbana. Para quem preferir os concertos, a oferta é quase inesgotável, com dezenas de artistas que cruzam géneros e sonoridades. Esta sexta-feira, a música de dança tem honras de protagonismo com a atuação de Mizzy Miles, Van Zee, Wilson Honrado e Afro Brothers. Sábado a música vai ser outra, destacando-se o tributo aos Linkin Park feito pelos Hybrid Theory, a que se segue nova fornada de DJ, a cargo de Sara Santini e Dave Pearl.
Porto
São 18 dias de um autêntico festim para os sentidos, suscetível de interessar não apenas aos cinéfilos mais exigentes. A partir deste domingo – dia em que Ingmar Bergman nasceu, em 2018 - e até final do mês, o Teatro do Camplo Alegre recebe uma retrospetiva do cineasta sueco que nos devolve obras tão marcantes como “O sétimo selo”, “Rumo à felicidade”, “Cenas da vida conjugal” ou “A força do sexo fraco”. Quando as duas partes da retrospetiva alargada chegarem ao fim, terão sido exibidos 31 filmes de Bergman, que cobrem a quase totalidade da sua obra.