A cultura acontece fora de casa. Se houver um impasse quanto a sair ou não, é recordar: uma sala de cinema, de teatro ou de outro espetáculo pode ser o esconderijo ideal. Quanto ao conforto, esse situa-se no deleite de sentar-se numa cadeira destas salas, vaguear por uma mostra ou levar o corpo numa dança espontânea.
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A reta final do Dias da Dança
O maior festival de dança do Porto está a chegar ao fim. Onze dias (com descanso no feriado do Trabalhador) que ainda não terminaram e vão levar esta arte Porto fora até domingo. Ainda esta sexta há “Adoçar”, de Ana Isabel Castro, no Auditório Municipal de Gaia e “Operantípoda”, no Palácio do Bolhão. Estes eventos repetem-se no sábado. Ainda neste dia, as Fylhas do Dragão tomam conta do Rivoli com “uma pista de dança que se reinventa a cada edição, onde a única regra é não parar de dançar”. As tardes e noites do fim de semana recebem “Vaivén”, “Magic Maids”, “Vagabundus”, “Mont Ventroux” e “Æffective Choreography” nos diversos palcos por onde passa o Dias da Dança. Descubra mais aqui.
Estreia de Arte Pela Palestina no Porto
Os espaços da Mala Voadora, do Amparo 99 e do Passos Manuel abriram as suas portas na quinta-feira para receber uma programação que, entre música, cinema, exposições e workshops, faz ecoar a luta do povo palestiniano. Esta sexta-feira, na Mala Voadora, exibem-se curtas-metragens de animação palestinianas, pelas 20 horas. Segue-se o filme “Gaza.mp4” e uma conversa com os autores. No sábado, pelas 15 horas, é inaugurada a exposição “SKATEBOARDING is not a crime, GENOCIDE is" no espaço Amparo 99, que se transfigura em cinema pelas 19.30 horas no mesmo espaço. A noite, a partir das 21 horas, é no Passos Manuel Club, com a apresentação de diversos artistas. Consulte aqui a programação completa. A entrada é livre, mas com apelo a um donativo solidário.
A Casa enche-se de sinfonia ibérica
Talvez ainda a recuperar de um efusivo Clubbing, a Casa da Música retoma a sua programação habitual. Este domingo, pelas 12 horas, a Banda Municipal de Barcelona e a Banda Sinfónica Portuguesa partilham a Sala Suggia para celebrar a riqueza e diversidade de composições ibéricas. O recital divide-se em três momentos: dois em que cada banda toca individualmente e um último em que se juntam para as “Dionysiaques” de Florent Schmitt. Os bilhetes estão à venda com um custo de 14 euros.
Em Braga há aniversário duplo
Os espaços em torno dos quais gira a cena cultural de Braga completam 110 e 12 anos respetivamente. Apresentam uma programação conjunta para a comemoração, que acontece entre sexta-feira e sábado. Esta sexta, no gnration, pelas 22 horas, os Boogarins apresentam o álbum “bacuri”. Já no Theatro Circo há a peça “Hei-de Reparar”, de Raquel S./Noitarder, pelas 21 horas. O sábado está repleto de propostas ao longo do dia: desde um DJ Set de Cálculo, às 10.30 horas, com passagem por Lena D’Água e por Fogo Fogo. A instalação do CORDÃO – coro de doentes e amigos oncológicos – vai estar patente no Salão Nobre no Theatro Circo nos dois dias; revela um pequeno e primeiro vislumbre dos ensaios semanais deste grupo.
Os detalhes no site do Braga 25.
Poesia e música por Vila Nova de Foz Côa
São mais de 30 as iniciativas que perfazem o Festival de Poesia e Música de Foz Côa, que decorre desde quarta-feira e termina este sábado. Ainda para aproveitar hoje, sexta-feira, há “Pinguim fora de portas”, uma peça de teatro a cargo da companhia APURO. Tem a peculiaridade de ser apresentado no restaurante-bar Aldeia Douro. Já no sábado há atividades entre as 15 e as 21.30 horas. As propostas, no Centro Cultural da cidade, vão desde uma mesa-redonda sobre a poesia de Camões na cultura contemporânea (15.30 horas), apresentação de uma antologia de Rui Lage (16 horas) a uma conversa-concerto com Mafalda Veiga (21.30 horas). Durante o festival decorre uma feira do livro, organizada pela livraria e editora Snob no Hall do Grande Auditório do Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa. Neste mesmo espaço há “Revisitação da mesa posta a Augusto de Campos com dois poetas insulares ao fundo”, uma instalação escultural de António Barros e Augusta Villalobos.
O fim de semana acontece no Batalha Centro de Cinema
Sábado é dia de conhecer a história, espaços e arquitetura deste lugar especial do cinema no Porto. Pelas 11.30 horas e com um custo de 3 euros, é possível ingressar numa visita guiada pelo edifício modernista projetado por Artur Andrade em 1947. A iniciativa acontece no primeiro sábado de casa mês. Mais tarde, pelas 15.15 horas, Audrey Hepburn e Fred Astaire invadem a tela com “Cinderela em Paris” (ou “Funny Face”, para os mais familiarizados com o título original), um filme de Stanley Doney ambientado no universo da moda, que se veste de romance e comédia.
O ciclo protagonizado por Pedro Almodóvar propõe no domingo “Mulheres à beira de um ataque de nervos”. O espanhol cria um espetáculo vertiginoso de cor, humor absurdo e personagens excêntricas. A principal é Pepa, interpretado por Carmen Maura, uma mulher que é abandonada pelo amante, Iván. Este é o ponto de partida para a odisseia em que embarca Pepa, que na demanda para o encontrar se cruza com uma amiga potencialmente envolvida num plano terrorista ou ainda com o filho de Iván, que busca asilo. Para ver pelas 19.15 horas, por cinco euros.
Voltar a José Mário Branco, sempre
O cantautor é homenageado este sábado num concerto na Biblioteca Municipal Almeida Garrett pelas 18 horas. “6 violas” é o nome do projeto levado a cabo por José Valente, onde a música erudita e a canção de intervenção se unem com harmonia. “Águas paradas não movem moinhos” é o nome do disco editado, que o vai buscar a uma canção da autoria de José Mário Branco e que, depois de passar pelo CCB e pelo Castelo de Leiria, é apresentado no Porto. A entrada no evento é livre, sujeita à lotação do espaço.
Em Serralves o cinema é conversado
O ciclo de cinema e conversas “Um filme falado: Oliveira e a História do cinema” regressa na tarde deste sábado, pelas 17 horas. Desta vez é “O que o céu permite”, filme de 1955 realizado por Douglas Sirk capta a paisagem mental americana da década de 50 através de uma mulher viúva de classe média, Jane Wyman. A conversa é entre o economista Vítor Constâncio e o professor de Filosofia Pedro Duarte, com moderação de Anabela Mota Ribeiro. Bilhetes à venda por três euros.