São 50 horas ininterruptas de Festa em Serralves - e é tudo, tudo gratuito. Mas há mais coisas a ferver na grande janela temporal do fim de semana. Desta vez, o nosso roteiro é especial: está todo dedicado ao Porto, a cidade que não prega olho.
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Serralves é um caldeirão de cultura
São 50 horas de programação consecutiva – abriu às 18 horas de sexta e vai até às 22 horas de domingo –, onde o epicentro é a cultura contemporânea ao dispor de todos (o evento é completamente gratuito). Os números ditam mais 500 artistas por cerca de 10 palcos armados por toda a área de Serralves.
As madrugadas são feitas de música. Durante o dia também a há, e a ela junta-se circo, dança, cinema, teatro de marionetas, performances, e como não poderia deixar de ser, uma visita orientada às exposições.
Os mais novos não ficam de parte, em particular no dia em que são celebrados mundialmente, o 1 de junho, domingo. Algumas propostas podem parecer direcionadas às crianças, mas cabe aos adultos aprender a apreciá-las. A companhia espanhola Xirriquiteula Teatre faz girafas desfilar na Alameda dos Liquidâmbares, enquanto semeiam a curiosidade pelas 11.15 e 15 horas. “Dolce Salato”, da Carpa Diem (11.45 e 17 horas) e “Clan Cabane”, da companhia La Contrebande (15.30 horas) são propostas de circo contemporâneo para este dia. Consulte aqui toda a programação - mesmo toda.
A cidade está de braços bem abertos à Festa de Serralves e tal traduz-se na mobilidade. Saiba mais: os acessos, onde deixar o carro, onde estão os autocarros, como ir, como voltar.
Uma mão cheia de récitas de “Mamma Mia!”
Há mais de 25 anos no palco do teatro do West End, a história criada por Catherine Johnson, que fez sucesso num filme de 2008 de Hollywood, chegou pela primeira vez ao Porto para cinco atos musicais – da quarta-feira passada até este domingo, no Coliseu.
As músicas que deram a este musical uma identidade reconhecível a léguas são da banda sueca ABBA, mas não levam a desvendar o mistério inicial – mas, afinal quem é o pai de Sophie? –, bem pelo contrário, ofuscam a necessidade de o saber. Para ver até domingo no Coliseu, com bilhetes disponíveis entre 35 e 80 euros. O JN falou com artistas do elenco norte-americano - espreite aqui.
Um recital de jovialidade e mundo
O gamelão é um peculiar instrumento originário da Indonésia e pede dezenas de mãos para ser tocado. James Tenney é o compositor da peça “Last spring in Toronto”, mas a sua nacionalidade é americana. Liza Lim, australiana, é compositora residente na Casa da Música na presente temporada e dá a conhecer a terceira e última parte do “Annunciation triptych”, “Fatimah”.
Veljko Nenadić, da Sérvia, Helena Skljarov, croata, Yuri Demetz, italiano, e João Caldas, português, têm as suas obras interpretadas pela Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, numa récita repleta de candidatos ao Young Composers Award.
Este sábado, pelas 18 horas, na Casa da Música. Bilhetes disponíveis entre os 12 e os 24 euros.
O “Vampyrotheone” de Olga Neuwirth
Olga Neuwirth foi a primeira mulher a receber o Grande Prémio do Estado Austríaco na categoria de Música em 2010 e não será difícil reconhecer o mérito neste concerto “Vampyros imaginários”, onde o Remix Ensemble Casa da Música coloca a guitarra elétrica, clarinete e saxofone em destaque.
A peça “You should (should!) be dancing!”, para ensemble e eletrónica, foi encomendada pela Casa da Música ao compositor Pedro Lima e estreia este domingo, neste concerto, pelas 18 horas. Também “Gramatik”, do compositor Jug Marković, é uma estreia mundial do galardoado pela International Society for Contemporary Music com o prémio Young Composer em 2019. Ainda haverá bilhetes disponíveis.
O regresso a casa e à infância com Márcia
O portuense Teatro Sá da Bandeira, pelas 21 horas deste sábado, transforma-se numa casa. Não uma qualquer, a casa de Márcia, cantora que apresenta o seu sexto álbum de estúdio, no qual encontramos colaborações com Catarina Salinas, Sérgio Godinho e Jorge Palma. Chama-se “Ana Márcia” e passa por três fases da sua vida: a infância, a adolescência (e o (des)encontro com o amor) e a maternidade, onde regressa à pequenez e aviva a sua criança interior. Veja aqui se ainda há bilhetes à venda (custam entre 18 e 22 euros). E leia as confissões de Márcia ao JN.
Solte as crianças no Jardim
Este fim de semana, os jardins do Palácio de Cristal são invadidos pelos mais novos. Desde 1950 que o primeiro dia de junho é dedicado às crianças, obra da ONU, e o município do Porto antecipou a comemoração para sexta-feira e prolonga-o até domingo.
O programa, gratuito, é aberto às famílias e idades. As propostas incluem teatro, música, dança, desporto e oficinas. Teatro e Marionetas de Mandrágora, um concerto da Banda da PSP, o espetáculo “Chinfrim” de Rita Redshoes ou o circo WE TUM TUM são algumas sugestões para os dois dias que se avizinham.
O horário de funcionamento de manhã é das 10 às 13 horas e da parte da tarde entre as 14 e as 19 horas. Consulte aqui todo o programa.
Visita guiada na Bienal de Fotografia
Augusto Brázio, James Newitt e Lara Jacinto são os autores da exposição ViViFiCaR, patente no Museu Nacional Soares dos Reis a propósito da maior mostra de fotografia que decorre até ao final do mês de junho no Porto – a Bienal. Cada um dos artistas foi convidado, durante o ano de 2024, a viver em Mêda, Torre de Moncorvo e Sabrosa. Registaram a experiência em fotografia e fazem no sábado, pelas 16 horas, uma visita guiada. A participação é gratuita.
Um espetáculo em língua russa
Sábado, 17 horas, no clube Fenianos Portuenses, há “Entre-pontes”. Um grupo de adolescentes é transportado para uma ponte suspensa numa escuridão estrelada. Os vazio interior, o encontro e a imaginação surgem como temas incontornáveis no mundo do pensamento. A peça de teatro juvenil é feita em língua russa. Entrada gratuita.
Na dúvida, vemos um filme (ou cinco)
Um filme pode ser a solução para muitos problemas que nos assolam, pelo menos no que respeita ao descanso físico - já o mental, isso é outro rosário, porque há filmes e filmes e os bons têm o dom de nos sequestrar a mente e levá-la a correr...
O Batalha Centro de Cinema, a fantástica cinemateca do Porto, é morada garantida para um bom filme este fim de semana. Sábado há três propostas: “A avó e os seus fantasmas” (de Shaudi Wang, 15.15 horas; 2,5 euros), “Flor de mi secreto” (Pedro Almodóvar, 17.15 horas; 5 euros) e “Strange days” (Kathryn Bigelow, 21.15 horas; 5 euros).
No domingo a programação conta com duas longas-metragens: “The roaring twenties” (Raoul Walsh, 17.15 horas; 5 euros) e “Ata-me!” (Pedro Almodóvar, 19.15 horas; 5 euros).
Os bilhetes podem ser adquiridos de forma presencial ou na bilheteira online.