Porque nem só de labor vive o homem, eis algumas sugestões para desanuviar durante este fim de semana pelo Porto, Braga e Lisboa.
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As estrelas europeias em ascensão
O ECHO Rising Stars é um projeto promovido pela European Concert Hall Organisation (ECHO). Apresenta anualmente jovens e talentosos artistas, que são apontados pelos programadores e diretores artísticos das mais importantes salas de concerto da Europa. São quatro os solistas que, em recitais se afirmam como promessas no circuito internacional. Sào Soulez Larivière é o solista de viola, que se apresenta pelas 21 horas de sexta-feira na Casa da Música. No sábado é a vez do trompete de Matilda Lloyd e do violoncelo de Benjamin Kruithof; os concertos são às 12 e às 21 horas, respetivamente. Pelas 16 horas de domingo, e para encerrar o ciclo, chega Carlos Ferreira, de clarinete. Todos os solistas são acompanhados de piano, à exceção de Larivière, com percussão. Todos os concertos são de entrada livre, mediante levantamento de bilhete.
De volta à programação habitual
O fim de semana na Casa da Música não se esgota no ECHO Rising Stars. Sábado são celebrados os compositores modernistas polacos num recital pela Orquestra Sinfónica e Coro da Casa da Música a par do Coral de Letras da Universidade do Porto. Karłowicz, Lutosławski, Szymanowski são os contemplados na “Canção da Noite”, que vai ter a direção musical de Stefan Blunier. Pelas 18 horas de sábado, com os bilhetes a custar entre os 15 e os 30 euros.
No domingo, pelas 18 horas, a Orquestra Clássica de Vigo celebra o 40º aniversário em duas peças Beethoven, com o portuense Ensemble Vocal Pro Musica (Raquel Paulo, Ana Santos, Pedro Rodrigues e Rui Silva). “As Criaturas de Prometeu” e a “Missa em Dó maior” vão ter a direção de Manuel Martínez Álvarez-Nava, fundador da Orquestra.
Cinco hipóteses na Batalha
Sessão dupla na sexta e no domingo, e única no sábado. Cresce a paixão por Almodóvar, vê-se o novo cinema noir (que na realidade é dos anos 70) e espreita-se uma antestreia. Descubra mais sobre a programação do Batalha Centro de Cinema para este fim de semana. A exposição que passou pela Bienal de Veneza “Melted into the sun”, da artista e cineasta Saodat Ismailova, está pelo cinema da Batalha desde 13 de março e chega ao fim da sua estadia no domingo. A entrada é livre.
25 anos de Marionetas em Lisboa
O Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas de Lisboa (FIMFA) arrancou na passada quinta-feira, 8 de maio, e até ao 1 de junho mais de 20 espetáculos vão invadir a cidade de Lisboa. Não é um festival endereçado aos mais pequenos, contrariamente à conceção que possa ser feita. Apresenta um programa singular, onde há lugar para a tradição e o modernismo, para a tecnologia e corpo humano, e ainda humor e crítica social.
“Uma casa de bonecas”, no Teatro São Luiz, da aclamada encenadora Yngvild Aspeli e da companhia Plexus Polaire, conhecida por encenações com marionetas à escala humana, é responsável pela abertura, de 8 a 10 de maio, do FIMFA Lx25.
Sexta-feira, sábado e domingo vai estar em estreia nacional o espetáculo “L’amour du risque”, da Compagnie Bakélite. O palco do São Luiz transforma-se num estranho restaurante que funciona à base de inteligência artificial, onde, por objetos imprevisíveis, o perigo parece estar sempre iminente. https://tarumba.pt/2025/pt/fimfa/espetaculos/todos/cie-bakelite-amour-du-risque
Sábado e domingo é a vez de Santa Pulcinella (Théâtre Gudule) no teatro Taborda. As marionetas de luvas roubam qualquer palavra que pudesse soar – as mensagens são feitas através da linguagem de ritmos, sons e música ao vivo. Uma série de acidentes incríveis ou uma perseguição na fronteira entre o cómico e o macabro são algumas hipóteses para esta versão da tradição popular de Nápoles. https://tarumba.pt/2025/pt/fimfa/espetaculos/todos/theatre-gudule-santa-pulcinella
Um cruzamento de arte urbana com o digital
É no Centro de Artes de Águeda que em instalações imersivas, realidade aumentada, realidade virtual e tecnologia blockchain, é lançado o desafio aos visitantes de questionar o que permanece “público” e “autêntico”, numa era em que os muros se estendem para além das ruas e entram no domínio digital. A exposição ADN Digital é inaugurada sexta-feira, 9 de maio, pelas 18 horas. Tem a curadoria de Ephemeral Ethernal (fundada por Alexandre Farto – ou Vhils), e nela participam artistas como o próprio Vhils, Tamara Alves, AKACORLEONE ou ±MaisMenos±. Patente até 13 de julhoe é de entrada gratuita.
Por Braga, na sexta-feira
“Monólogo de uma mulher chamada Maria com a sua patroa” é o nome roubado por Sara Barros Leitão do livro “Novas Cartas Portuguesas”, para um texto dramático que conta a história das mulheres que trabalham no serviço doméstico. A dramaturga e encenadora (que aqui é também atriz) vai fazer uma leitura encenada no bar Sé Lá Vie, pelas 19 horas. À leitura segue-se uma conversa.
O Monólogo será apresentado no Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI) no Porto nos dias 16 e 17 de maio, no auditório municipal de Gaia.
Uma harmonia chamada Re:Opera
A Sinfonietta de Braga é o cupido do casamento da Opera com o Fado, que se concretiza pelas 21.30 horas de sexta-feira no Theatro Circo, em Braga. “Re:Opera” é o nome da iniciativa que estabelece pontes entre este género erudito e outros. O Património da Humanidade musical português é o convidado para o espetáculo “Belo”, onde o determinismo e o livre arbítrio são alvo de meditação. Bilhetes à venda por 12 euros.
Museu&cinema e uma forma diferente de escutar
“Modos de Rever: O Cinema e o Imaginário do Museu” é o ciclo pensado por Isabel Lopes Gomes e cuja segunda sessão acontece este sábado. Sob escrutínio vai estar o filme de Jem Cohen “As horas do museu” e, a partir do seu visionamento, é refletido em conversa a representação do museu no cinema ao longo da História. Pelas 17 horas de sábado, com o custo de 3 euros.
Também há propostas em Serralves para quem gosta de atividades matutinas (11 horas, na realidade). Trata-se de uma visita guiada à exposição “A audição vibratória”, de Gil Delindro, conduz o espetador num “mundo sonoro alheio aos nossos ouvidos e difícil de capturar”. A exposição está patente até ao 10 de junho.
A partir de Álvaro de Campos
O poema “sentir tudo de todas as maneiras”, bem como outros excertos de “A passagem das horas”, do pseudónimo maquinal de Fernando Pessoa, serve de mote para uma criação de António Durães. O ator e intérprete declama alguns poemas, reinventando-los; Márcio Décio e João Figueiredo acompanham as palavras com música que compuseram; num pano de fundo paira a inquietação das imagens do cinema de Edgar Pêra. Tudo isto dialoga em “Cavalgada de mil amperes”, pelas 21.30 horas de sábado, 10 de maio, no Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery. Bilhetes por 7,5 euros.
Uma nova iniciativa da Galeria Municipal do Porto
Em pleno Jardim do Palácio de Cristal nasce o primeiro projeto de uma comissão de verão, ao ar livre, que vai acontecer anualmente entre maio e outubro. “Praia de Ruínas” é a contemplada para o efeito. Da autoria do artista e arquiteto grego Andreas Angelidakis, trata-se de uma instalação site-specific, ou seja, que é concebida para ocupar um determinado lugar, onde a ruína – contemporânea, ancestral ou imaginária – é central. Além de espaço para crítica, é também um de fruição e descanso, onde a dureza da pedra é contrariada pela suavidade do seu interior. A inauguração acontece sábado, pelas 16 horas, na Galeria Municipal do Porto.
Um Bolhão envolto em poesia
"Bozes Boadoras" o nome do projeto coordenado por Teresa Almeida Pinto e Pedro Freitas Santos, onde 32 vozes entre os 13 e os 80 anos se vão fazer ouvir pelas 15.30 horas deste sábado no auditório do Mercado do Bolhão. A cidade do Porto é assunto residente em todas as sessões; o segundo tema, único em cada uma, vai ser a poesia social. O programa inclui também música, de Pedro Martins e José Pedro Cândido, a acompanhar a voz de Leonor Luz. Um “Poeta em construção” é conhecido a cada edição. Desta vez as atenções estão voltadas para Marta Sofia Pais que, apesar de não ser estranha no panorama literário, só agora tem vindo a dar os primeiros passos na poesia. A entrada no evento é livre.
Uma viagem a Cuba com Leonardo Padura
“Ir a Havana” é o mais recente livro do escritor cubano, e vai ser apresentado este domingo, pelas 17 horas, no “Porto de Encontro”. “Num relato tão dorido quanto apaixonante”, o espetador vai percorrer as vivências do escritor através das suas fotografias, de histórias e de fragmentos dos seus romances. A sessão decorre no biblioteca municipal Almeida Garrett, e é moderada pelo jornalista Sérgio Almeida. Entrada livre, limitada à lotação do espaço.