O palco, concentrado de todos os sonhos, dita leis num fim de semana onde tanto cabem propostas de caráter intimista como projetos de cariz comunitário que envolvem centenas de voluntários. O apelo, esse, é sempre transversal.
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Há festa a rodos (e para todos) no Rivoli
Em rigor, as festividades já arrancaram na quinta-feira, mas, se só agora teve conhecimento do programa de celebrações do Teatro Rivoli, saiba que ainda vai a tempo de associar-se aos festejos. Até domingo, é sempre tempo de “virar a casa do avesso, viajar até ao ponto zero da humanidade e marchar sem parar". O JN conta-lhe tudo o que pode esperar nos próximos dias.
O sabor agridoce das memórias no São João
A parcas centenas de metros do Rivoli, o Teatro São João apresenta um oásis de brincadeira no deserto da ditadura. Em cena até domingo, “A colónia” propõe-se recuperar as memórias dos filhos de presos políticos do Estado Novo, num espetáculo com a assinatura do sempre diligente Marco Martins.
“Jamaika” aqui tão perto
Ainda pela Baixa do Porto, uma outra proposta cultural afigura-se altamente convidativa. Na Leica Gallery está patente ao público a exposição fotográfica “Jamaika”. Pela objetiva de José Sarmento Matos, o bairro social situado na margem do Sul do Tejo aparece-nos despido dos estereótipos habituais associados à violência e criminalidade, trocado por uma dimensão mais humanista, assente no dia a dia dos seus moradores.
Celebrar José Afonso no Tivoli
Dois dias depois da passagem pela Casa da Música, o projeto Wanderer Songs (Cantares do Andarilho) sobe ao palco do Teatro Tivoli esta sexta-feira à noite, trazendo consigo o sempre eterno cancioneiro de Zeca Afonso. Oito músicos, entre os quais P.S. Lucas, Lavoisier e Selma Uamusse, vão recriar as canções interpretadas por Zeca no mítico concerto do Coliseu dos Recreios, em Lisboa, corria o ano de 1983. A ordem é para celebrar o legado afonsino, sempre com a mira na transformação.
Regressar a Palolo, sempre
Outras evocações estão à solta pela capital por estes dias. No Centro de Arte Manuel de Brito, os 25 anos da morte de António Palolo (1946-2000) são assinalados com uma exposição que percorre a sua trajetória artística entre os anos de 1961 e 1984. Da forte influência inicial das correntes pop, com a sua explosão de cores, até à depuração crescente da sua expressão artística, há toda uma obra por (re)descobrir.
Um palco do coração do mundo em Santa Maria da Feira
A noite de sábado é de estreia absoluta no Grande Auditório do Eurparque, em Santa Maria da Feira, mas sê-lo-á ainda mais de arrojo e ambição. “Filarmonia da Humanidade – O Corpo em busca de Luz” é o título da criação que encerra a programação cultural da Festa das Fogaceiras. Entrecruzando música filarmónica, circo contemporâneo e acrobacia em torno de uma obra musical original, o espetáculo reúne 280 artistas, numa edição inédita do projeto Filarmonia, criado em 2016 para unir e projetar as quatro bandas filarmónicas do concelho.
"Banzo", o novo mergulho histórico de Margarida Cardoso
O anúncio dos nomeados para a edição deste ano dos Oscars deverá atrair muitos espectadores às salas, curiosos sobre o desempenho de Fernanda Torres em “Ainda estou aqui” ou a intensidade dramática de “Emília Pérez”. A nossa sugestão recai, todavia, sobre uma estreia portuguesa: em “Banzo”, Margarida Cardoso volta a debruçar-se sobre o passado colonial, disposta a sacudir o pó da História e a transmitir-nos perspetivas humanas ocultadas pela passagem dos anos.