Desde um festival académico ou do ressurgimento de Jorge Cruz, a passar pela fotografia e teatro no Porto – porque estão por toda a parte –, eis algumas sugestões para este fim de semana.
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Um décimo FAUPfest que não é só música
Os jardins da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP) recebem pela 10ª vez o festival de música e artes organizado anualmente pela associação de estudantes. Em três palcos distintos, uma seleção eclética e diversa de artistas emergentes faz-se ouvir. Alguns deles são Arianna Casellas & Kauê, Claiana, Conferência Inferno, Femme Falafel, Marquise, Nalu e Violeta Azevedo. O público, estimado entre 2000 e 30 pessoas, encontra na programação aquilo que é o reflexo da diversidade de projetos desenvolvidos nacionalmente, assim como as preferências da comunidade estudantil.
A par irá decorrer uma feira de artistas, bem como uma área de restauração. Esta sexta-feira, a partir das 16 horas. Os bilhetes estão disponíveis para venda online ou na sede da associação de estudantes.
Jorge Cruz de novo a solo
Ex-líder da banda de rock popular Diabo na Cruz, Jorge Cruz afastou-se dos palcos em 2019 por motivo de saúde. Com acufenos a provocar-lhe zumbidos constantes na cabeça, reaprendeu a fazer música, sendo “Transumante” o resultado disso. O ciclo de canções inspiradas no mundo rural português soa pelas 21.30 horas desta sexta-feira no gnration, em Braga.
Não dá para contornar “Carcaça”
Dez performers formam um corpo que anda em busca da sua identidade coletiva. Partindo da footwork, uma prática de aquecimento, faz-se um exercício entre o presente e o passado, questiona-se o papel das identidades individuais na construção de uma comunidade. Procura-se também perceber qual é a força motriz de uma identidade.
Marco da Silva Ferreira é o criador desta peça de dança contemporânea que se tornou incontornável e com a qual se consolidou neste panorama. Hoje, sexta-feira, pelas 21.30 horas no Theatro Circo. Bilhetes à venda por 12 euros.
Hip-hop feminino toma conta de Braga
“Cindy’s Sisters” é o nome do primeiro festival de hip-hop inteiramente feminino em Portugal. Foi inaugurado a 8 de março, dia em que se fez ouvir Muleca III. Esta segunda data, 17 de maio, vai trazer a rapper lisboeta Máry M, com o seu primeiro álbum, “Incidência”, e com novos temas. O concerto no Quartel da Proteção Civil tem as portas abertas a partir das 21 horas. O evento desdobra-se em três: além do concerto há também um oficina e uma conversa. A primeira acontece pelas pelas 11 horas na sala multiusos do gnration; é Vanessa Marina, atleta olímpica de breaking, quem guia este workshop gratuito. Já a conversa, na associação Parretas Team é com Mariana Duarte Silva, coordenadora do projeto europeu “She Raps” em Portugal, onde se vai discutir sobre o projeto e sobre como preparar o futuro das mulheres no hip-hop.
O “Cindy’s Sisters” volta nos dias 12 de julho e 13 de setembro à capital da Cultura neste 2025.
Tudo é “Lobo” na Casa da Música
Algures entre o folk e o indie está Valter Lobo. Autor de músicas como “Oeste” e “Guarda-me esta noite”, lançou-se num novo álbum, de seu nome “Melancólico Dançante”, e apresenta-o na noite de sábado na Sala Suggia da Casa da Música. O concerto, pelas 21 horas, tem bilhetes disponíveis entre os 14 e os 25 euros.
Um concerto narrado por Pedro Marques proposto pela Série Famílias da Orquestra Sinfónica traz duas composições da música erudita queridas pelos mais pequenos. São elas a “Sinfonia dos Brinquedos”, de Leopold Mozart, pai de Wolgang Amadeus, e “Pedro e o Lobo”, de Sergei Prokofieff, onde os instrumentos são as personagens do tão bem conhecido conto. Pela Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, às 12 horas de domingo.
Primeiro fim de semana da Bienal de Fotografia do Porto
Inaugurada na passada quinta-feira, a Bienal de Fotografia do Porto tem como mote “O amanhã é hoje”. 51 artistas em 16 exposições espalhadas pelos mais diversos locais: Museu Soares dos Reis, Estação de Metro de São Bento, Maus Hábitos ou Centro Português de Fotografia. A fotografia cruza com “tecnologia, espiritualidade, memórias ou afetos” nesta quarta edição, onde todas as atividades são gratuitas. “Luminófilos” (Centro Português de Fotografia), “ViViFiCAR” (Museu Nacional Soares dos Reis) e “Estudos do Futuro” (Leica Gallery) são algumas das exposições do festival que se impõe no Porto até 29 de junho.
Entre espetros, eros e sacrifícios
É a partir daqui que nasce a 48.ª edição do Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica. Inaugurado na quarta-feira com “Sexo e Morte: Entre Estados Libidinais e Liminares” e “Vampyr”, a programação estende-se até 25 de maio. Seguem os concertos a ver entre sexta-feira e domingo:
“Anna Karénina” (Teatro Nacional São João) – sexta-feira (21 horas)
“A Memória do Aqueduto” (FAP no Bairro – Amial) – sexta-feira e sábado (21.30 horas)
“Monólogo de uma mulher chamada Maria com a sua patroa” (auditório municipal de Gaia) – sexta-feira e sábado (21.30 horas)
“Úlulu” (Rivoli) – sábado (16 horas) e domingo (19 horas)
“Kill me” (Rivoli) – sábado (19 horas)
“Cadernos De” (Teatro municipal de Matosinhos Constantino Nery) – sábado (21.30 horas) e domingo (16 horas)
“Furo Lento” (Teatro Campo Alegre) – domingo (17 horas)
A alma de Serralves
Porque a coleção é a alma dos museus, e nesta exposição é a Coleção de Serralves que preenche a ala Álvaro Siza, poderia ser este um nome alternativo para “This is a shot”. Inaugurada na quinta-feira, 15 de maio, compreende mais de meia centena de obras de 30 criadores, dos quais 10 são portugueses. Passa por temas incontornáveis no mundo contemporâneo, como a crise climática, os conflitos armados ou ainda a produção em massa, através de diversas formas de expressão: vídeo, fotografia, instalação imersiva, pintura, escultura, enfim, tudo aquilo que a arte contemporânea tem para oferecer. A exposição está patente até 16 de novembro.
Estreia de Maraña em Lisboa
As Carpintarias de São Lázaro, até este domingo, são tomadas para o espetáculo “Organismo”, da companhia Maraña. É uma hora de imersão em som, luz e movimento, num cenário envolto em tapeçarias, onde cinco artistas criam um universo onírico e caleidoscópico. “Maraña” caminha a Terra desde 2005 mas só esta quinta-feira chegou a Lisboa, por onde vai ficar até domingo. No sábado, após a apresentação, há um aftershow com os Djs Anya e Kotoe. Bilhetes à venda em https://haize.art/marana-lisbon-pt/.