Realizador de Famalicão, autor de “That’s how I love you”, é o quarto artista nacional a arrecadar o grande prémio de cinema do festival vilacondense. “Rinha", de Rita Pestana, é a melhor curta de produção portuguesa.
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Há muito que o festival Curtas Vila do Conde é considerado o grande palco a Norte para o cinema português. A 32.ª edição, que termina este domingo, é a prova, no entanto, de que o certame deixou de ser uma mera montra. É também um corolário de carreiras.
Mário Macedo, realizador de Joane, vila do município de Famalicão, é o quarto português, em mais de três décadas, a vencer o principal prémio da competição internacional - que conta todos os anos com dezenas de filmes de realizadores de todo o Mundo a concorrer pelo palmarés.
“That’s how I love you”, de 25 minutos é drama vencedor da edição 2024. Foi rodado na Croácia, foca-se nas vivências da infância e em como o amor e o trauma podem andar de mãos dadas.
Mário Macedo, cineasta de 35 anos, tinha já conquistado em 2021 o prémio de Melhor Realizador Português do Curtas Vila do Conde. Com esta nova vitória, a curta de Mário Macedo é agora também candidata aos European Film Awards.
Rita Pestana vence nos nacionais
A qualidade e equidade do cinema português com os pares internacionais foi bastante evidente ao longo desta 32.ª edição, antes mesmo do anúncio do palmarés, que decorreu este sábado à noite. Na categoria da Competição Internacional, 17 produções com cunho nacional estiveram a concurso ao lado de outras 31 vindas de vários países.
No resto do palmarés, o maior galardão na categoria nacional foi para “Rinha”, de Rita M. Pestana, uma produção luso-brasileira que valeu à cineasta estreante uma distinção de peso.
Ainda entre os portugueses, o prémio de Melhor Realizador foi atribuído a David Pinheiro Vicente. O açoriano marcou presença no Curtas com a ficção “Os caçadores”, que lhe valeu contínuos comentários elogiosos da parte dos muitos espectadores que frequentam o festival vilacondense.
Público escolhe "Bilhec"
Na Competição Internacional, o prémio de Melhor Animação foi para “Les animaux vont mieux”, de Nathan Ghali.
O Melhor Documentário do Curtas 2024 é “Very gentle work”, de Nate Lavey, e a Melhor Ficção ficou para Macela Heilbron, com “Panadrilo”.
“Blhec!”, filme de Loïc Espuche, ganhou o Prémio do Público entre os filmes estrangeiros. No concurso das curtas nacionais preferidas pelos espectadores, foi escolhida a obra “Percebes”, de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves.
No cinema experimental, foi dada uma menção honrosa a “There is gold everywhere”, da portuguesa Rita Morais.