"D. João VI e a desgraçada família": uma saga familiar com toque trágico
José António Saraiva esboça um retrato arrasador do legado da Casa de Bragança no livro "D. João VI e a desgraçada família".
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No último par de décadas, a História deixou de ser, felizmente, um assunto apenas abordado pelos historiadores. Dos ficcionistas aos ensaístas, foram muitos os que tentaram aproximações supostamente desempoeiradas, piscando o olho a essa entidade mítica que é o chamado "leitor comum", mas que careceram, em numerosos casos, do indispensável rigor que deve nortear qualquer obra com um cariz histórico.
Não é esse, porém, o caso da obra póstuma de José António Saraiva (JAS). O que o antigo diretor dos semanários "Expresso" e "Sol" se propôs alcançar nas páginas de "D. João VI e a desgraçada família" foi um registo híbrido, onde a argúcia do jornalista na compilação de episódios avulsos se alia ao papel de contador de histórias, valendo-se da experiência como romancista.