
Porto, 30/09/2021 - Inauguração de uma exposição no Museu Soares dos Reis com desenho de varias artistas Portugueses e Italianos, está exposto um inédito de Leonardo Da Vinci (Rui Oliveira/Global Imagens)
Rui Oliveira / Global Imagens
Exposição sobre o Renascentismo reúne 96 desenhos de mestres italianos e portugueses. Inaugura esta quinta-feira.
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O Museu Nacional Soares do Reis, no Porto, inaugura esta quinta-feira, às 18 horas, a exposição "Desenhos de Mestres Europeus com Coleções Portuguesas II: Itália e Portugal". A mostra, com curadoria do historiador de arte inglesa Nicholas Turner, reúne 96 desenhos de mestres italianos e portugueses.
O destaque da exposição é o único exemplar presente em Portugal de Leonardo da Vinci (1452-1519), o desenho "Rapariga lavando os pés a uma criança".
As obras provenientes de coleções nacionais, públicas e privadas, viajam entre o renascimento italiano e a escola portuguesa do século XIX e revelam várias técnicas de pintura em que se realçam a pedra negra, a sanguínea e a tinta acastanhada.
O catálogo tem 240 páginas, e faz "uma revisão e atualização de como estes desenhos são vistos no meio académico tradicional".
A exposição encontra-se dividida em quatro núcleos, "territoriais e cronológicos", que são percetíveis pelos diferentes tons das paredes escolhidas "para complementar a cor dos desenhos", esclareceu António Pontes, diretor do museu. Dois núcleos dedicam-se aos desenhos da época renascentista e outros dois percorrem o século XIX.
Desenhos de Holanda e Sequeira
A primeira relação entre Portugal e Itália foi fomentada pela marquesa e poetisa Vittoria Colonna (1492 - 1547), mecenas que acolheu o artista Francisco de Holanda (1517- 1585), um dos maiores vultos portugueses que conviveu com Michelangelo (1475 - 1564) e Rafael Sanzio (1483 - 1520). Holanda conseguiu então "copiar os traços" e abriu portas para este cruzamento renascentista entre os países.
A exposição termina com os desenhos de António Domingos Sequeira (1768 - 1837) que integram "estudos realizados no século XIX mas completamente contemporâneos", explica Ana Mântua, diretora interida do museu.
A exposição é composta por "desenhos fragilizados". Por isso, são expostos por um período máximo de três meses, para respeitar os cuidados que exigem e para não existirem desgastes irreversíveis provocados pela luz.
Esta apresentação resulta de uma investigação que revela uma nova visão sobre a interpretação dos desenhos, com inéditos, novas atribuições e datações.
A exposição estará patente até ao dia 31 de dezembro.
