A historiadora de arte Dalila Rodrigues, atual diretora do Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém, é a nova ministra da Cultura. Apresenta um vasto currículo na área do património.
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Há muito dada como ministeriável na Cultura, pela forte ligação à área do Património, Dalila Rodrigues foi confirmada esta quinta-feira como nova ministra de um dos setores com subfinanciamento mais crónica.
A sua escolha sugere uma aposta do novo executivo na área patrimonial, que, de acordo com o programa eleitoral da AD, deverá ser alvo de iniciativas urgentes, como a "elaboração de um plano específico de inventariação e reabilitação dos edifícios com maior valor cultural" e "a digitalização do património cultural".
"O Partido Socialista não cuidou do património cultural e dos museus como elementos essenciais para a preservação e divulgação da cultura, da história e da identidade de Portugal, na sua diversidade. Não promoveu políticas que promovessem um acesso amplo e inclusivo", podia ler-se no documento, onde constam também outras medidas para o setor, de que se destaca "o aumento em 50% do valor atribuído à cultura no Orçamento de Estado, ao longo dos próximos 4 anos".
Natural de Penedono, no distrito de Viseu, Dalila Rodrigues é doutorada em História de Arte pela Universidade de Coimbra. Professora e coordenadora da Escola Superior de Eudcação do Instituto Politécnico de Viseu, é ainda professora catedrática convidada da Escola de Artes da Universidade de Coimbra.
O seu percurso na direção de museus e equipamentos culturais é vasto. Entre as instituções que liderou encontram-se o Museu Nacional de Arte Antiga, o Museu Nacional Grão Vasco, a Casa das Histórias - Paula Rego ou, mais recentemente, o Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém.
Investigadora do Centro de Estudos de Arqueologia, Artes e Ciências do Património (CEAACP), da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, é ainda membro do conselho diretivo da Associação Trienal de Arquitetura de Lisboa desde 2010, tendo sido formadora da Fundação Calouste Gulbenkian (Serviço de Bibliotecas e Apoio à Leitura) em Património Artístico e Museologia, nas bibliotecas de Lamego, Sardoal, Alter do Chão, Marco de Canaveses, Borba, Redondo e Vouzela, entre 1995 e 2001.
Bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, Dalila Rodrigues é igualmente autora de livros e artigos científicos nas áreas da História da Arte, Património e Museologia.