Guitarrista inglês de 78 anos diz que não está interessado no dinheiro e que só quer acabar com a “sujeira” de Roger Waters. Mas a venda poderia render 500 milhões de dólares.
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David Gilmour revelou que seria um “sonho” vender o catálogo dos Pink Floyd, a banda de rock criada em 1965 e que foi das mais influentes da história, mas não pelo ganho financeiro que a venda lhe traria.
O guitarrista inglês de 78 anos fez a revelação ao jornal “Financial Times”. E explicou que a ideia de vender o extenso catálogo da banda de art- rock psicadélico (15 discos de estúdio, seis álbuns ao vivo, 12 compilações, cinco caixas especiais, três EPs e 27 singles) é muito atraente porque lhe permitiria criar mais distância em relação ao ex-colega Roger Waters, que é fundador do grupo.
A venda, segundo as contas do jornal financeiro, poderia render 500 milhões de dólares, a concretizar-se.
Mas essa não é, diz Gilmour, que tem uma sólida carreira a solo, a maior vantagem: “Não estou interessado no dinheiro. Só quero sair desta sujeira que dura há demasiado tempo”.
"Mentiroso, ladrão, hipócrita, misógino"...
A “sujeira” a que David Gilmour se refere é, seguramente, a tensão com Roger Waters, que existe há décadas – mas que se acentuou nos anos recentes devido a posições políticas divergentes.
Em fevereiro, a mulher de Gilmour, Polly Samson, publicou um tweet a chamar Roger Waters “antissemita, apologista de Putin, mentiroso, ladrão, hipócrita, misógino, invejoso e megalomaníaco”, entre várias outras coisas, como "praticar evasão fiscal", e fazer nos seus concertos "sincronização labial" em playback.
"Os israelitas estão a cometer genocídio"
David Gilmour republicou o tweet da mulher, acrescentando que “cada palavra é comprovadamente verdadeira”.
Roger Waters reagiu e emitiu uma declaração, descrevendo os comentários como “incendiários e extremamente imprecisos” e refutou-os "totalmente". Acrescentou que poderia tomar medidas legais.
Os insultos de David Gilmour surgiram após Roger Waters ter dado uma entrevista ao jornal alemão "Berliner Zeitung", na qual expunha as suas opiniões sobre Israel e a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
Segundo a revista "Rollin Stone", e de acordo com uma versão traduzida da entrevista no site de Waters, a certa altura perguntaram ao músico se ele ainda acreditava – como havia dito no passado – que o estado de Israel era comparável à Alemanha nazi. “Sim, claro”, respondeu Waters. “Os israelitas estão a cometer genocídio. Tal como a Grã-Bretanha fez durante o nosso período colonial”.
Também reiterou as suas críticas ao papel dos Estados Unidos e do presidente Joe Biden na guerra Rússia-Ucrânia, chamando à América “o principal agressor”.
Waters também discutiu as suas opiniões numa entrevista de 2022 à "Rolling Stone", em que descrevia Israel como “um projeto colonialista supremacista que opera um sistema de apartheid” pela sua ocupação contínua da Palestina.