Grupo rock revisita os locais emblemáticos da sua história. Em novembro há concerto especial no Coliseu.
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A celebrar 45 anos de carreira em 2026, a banda portuense Táxi assinalou este marco através de uma viagem íntima e nostálgica pela cidade que os viu nascer. Numa iniciativa pensada para os fãs, cada um dos membros do quinteto rock meteu-se num táxi e levou os seus maiores admiradores num passeio pela Invicta e pelos locais mais icónicos da história dos Táxi.
O ponto de partida foi o Coliseu do Porto, local onde atuarão a 14 de novembro, símbolo de muitos momentos marcantes da banda. Foi ali que os fãs embarcaram. A bordo dos táxis, as conversas fluíram descontraídas, como entre velhos amigos. “As pessoas pagam bilhete, saem de casa, vêm ver-nos. Isto é o mínimo que podemos fazer. Temos o máximo respeito por elas”, diz ao JN o vocalista João Grande.
Na rota em direção à primeira paragem – o Café Orfeu –, Grande aponta a habitação onde cresceu e viveu até os 8 anos, perto do Palácio de Cristal. “Não sinto muita nostalgia, mas senti-a quando passei pela casa onde nasci”, revela o artista.
O convívio cultural
A primeira paragem da rota foi o Café Orfeu, na Boavista, espaço de convívio cultural nos anos 80. Ali, os fãs recordaram, juntamente com a banda, histórias de longas madrugadas. “Era o nosso ponto de encontro, não havia telemóveis, nem computadores, e quase não havia raparigas”, brinca João Grande. “Vínhamos aqui porque não queríamos estar em casa. Dantes os cafés fechavam às duas da manhã, eram locais incríveis de convívio. O Orfeu era espetacular”.
Seguiu-se a visita à casa do baixista Rui Taborda, local onde a banda ensaiava nos primeiros anos. A bordo do táxi em direção ao destino com um dos fãs, Paulo, o baixista, partilhou histórias da juventude e dos ensaios até horas tardias da noite, que muitas vezes incomodavam os vizinhos. Os fãs conheceram os cães do baixista e espreitaram a sala original de ensaios, momento memorável para todos os presentes.
A terceira e mais simbólica paragem foi no Colégio Alemão do Porto: ali, em fevereiro de 1981, os Táxi foram descobertos por Tozé Brito e António A. Pinho, da editora Polygram.
“Foi onde tudo começou, tocámos numa festa e estavam lá os dois. Convidaram-nos para gravar um disco, foi-nos oferecido de mão beijada, ou quase”, relembra João Grande. “Tocamos por todo o lado e ensaiamos todos os dias durante dez anos. Éramos muito bons”.
Fãs junto dos ídolos
O dia terminou no palco do Coliseu com um showcase exclusivo. “Adoro tocar ao vivo. É o que mais gosto de fazer. Mesmo sendo só quatro músicas, é uma diversão para mim”, confidenciou João Grande momentos antes de subir ao palco.
A banda tocou quatro clássicos: “Cairo”, “Às de flippers”, “Táxi” e “Chiclete”, intercalados com pedidos do público, como “Sozinho” e “TV WC”. O ambiente foi de festa e emoção, com os fãs muito emocionados a cantarem e a dançarem lado a lado com os seus ídolos, numa viagem que, mais do que um simples percurso geográfico, foi uma grande travessia emocional.