<p>Será num rio com história, nas "doces e claras águas do Mondego", como imortalizou Camões num dos seus sonetos, que uma centena de praticantes da canoagem irá, este sábado, descer as suas margens desde Penacova até Coimbra. A viagem de 18 quilómetros terá vários prazeres e luxuriantes paisagens. A convivialidade irá viajar a bordo. </p>
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Já não há "barcas serranas" a chegar a Penacova como dantes, mas o Mondego, o tal rio que nasce na serra da Estrela e desagua na Figueira da Foz, atrai , desde há vários anos, milhares de praticantes da canoagem (há quem deslize sobre o rio num caiaque) e relembre as histórias dos avós. No século XXI, a história muda de figura.
"O rio pode servir de âncora ao desenvolvimento turístico e potenciar a economia local. Em Penacova, a experiência já começou a dar frutos e num curto espaço de tempo, mais gente visitou o mosteiro de Lorvão (a aguardar urgente recuperação) e deixou-se encantar pelos lugares, a gastronomia e suas tradições", lembrou Maurício Marques, presidente da Câmara de Penacova.
Sem canoagens para "atender tantos pedidos", o autarca de Penacova associou o êxito da iniciativa ao facto das pessoas estarem mais sensibilizados para o conhecimento das potencialidades do "país real", seu património artístico, arquitectónico e cultural. "Há mais gente a visitar Penacova, a saborear a boa gastronomia local e a comprar peças de artesanato. As descidas de canoa potenciaram a abertura de mais empresas e permitiram a criação de novos empregos", observou.
A descida do rio Mondego foi agendada para começar cerca das 10, 30 horas e a chegada dos remadores deverá acontecer cerca das 18 horas, junto à ponte da Portela, em Coimbra. "Não é uma prova no sentido clássico do termo, antes um encontro de amigos que gostam da Natureza. O Mondego serve de pretexto para o conhecimento de uma região com grandes capacidades turísticas. O rio também pode ligar as margens da cultura", acrescentou Vaz Pedro, da Associação para a Defesa do Vale do Bestança e grande dinamizador das caminhadas na Região Centro.
Sem canoas para atender tanta procura, a descida do Mondego irá ganhar outro colorido nas margens e despertar olhares. Se o rio deixar algum tempo para outras curiosidades, então, o turista deve visitar o mosteiro de Lorvão, onde estão os túmulos de prata lavrada com os restos mortais das filhas de D. Sancho I.
"É a jóia da coroa do nosso concelho", diz o autarca de Penacova, apostado em dinamizar uma parcela do território rica em belezas naturais e património artístico.