A sexta edição do DDD - Festival Dias da Dança superou expectativas ao longo de 13 dias, com espetáculos e atividades vários no Porto, Matosinhos e Vila Nova de Gaia.
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O DDD - Festival Dias da Dança realizou-se entre 19 de abril e 1 de maio, em dez palcos e vários espaços públicos das cidades da Frente Atlântica (Porto, Matosinhos e Vila Nova de Gaia). Foram apresentadas 44 récitas, entre estreias mundiais e nacionais, com artistas consagrados e novos talentos.
Segundo a organização, nos 13 dias de programação dentro e fora de portas, o DDD congregou 10 mil espectadores e uma taxa de ocupação de 85%. Foram 31 os programadores culturais que participaram no festival, oriundos de várias partes do mundo: França, Bélgica, Moçambique, Brasil, Canadá, Luxemburgo, Alemanha, Países Baixos, Suíça, Finlândia, Espanha e Israel.
"Este ano marcou o regresso em força do DDD - Festival Dias da Dança depois de dois anos instáveis, marcados pelo contexto pandémico", afirmou Tiago Guedes, diretor artístico do certame e do Teatro Municipal do Porto. "Em 2022, o público reencontrou um festival mais maduro, com uma missão mais clara e com os olhos postos no futuro. Muitas danças, muitos criadores e muita diversidade couberam nesta edição, que quis ser também uma edição mais inclusiva, com espetáculos que ofereciam Interpretação em Língua Gestual Portuguesa e audiodescrição."
Acrescentou o responsável: "O DDD OUT - CORPO + CIDADE, organizado em parceria com o balleteatro, teve novas criações; o DDD CAMPUS foi reforçado com uma série de workshops e atividades; o DDD GUESTS apoiou quatro jovens artistas; e o projeto-piloto DDD LINKS levou o festival mais além das suas cidades fundadoras (Porto, Gaia e Matosinhos), num périplo por quatro novos territórios (Coimbra, Viana do Castelo, Leiria e Mértola). A adesão do público foi massiva, com quase todos os espetáculos esgotados, assim como a maior parte dos workshops e atividades".
Os workshops, conversas e aulas abertas do DDD CAMPUS, secção aberta este ano no CAMPUS Paulo Cunha e Silva, contaram com a participação de 150 pessoas.
Ainda no âmbito do projeto piloto DDD LINKS, esta sexta-feira será possível assistir a "Playground", de Catarina Campos e Melissa Sousa, no Cineteatro da Mina de São Domingos em Mértola; e "Anda, Diana", de Diana Niepce, no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria. Sábado, 7 de maio, o DDD LINKS chega ao fim com "5, 6, 7, 8 and one", de Martim Pedroso e Marlyn Ortiz, no CineTeatro Marques Duque em Mértola.
Para memória futura
As linguagens estéticas do DDD foram muito abrangentes, sujeitas naturalmente ao gosto estético de quem observa, desde propostas de dança pura, como "miramar" de Christian Rizzo (pessoalmente o melhor espetáculo do certame) a outras iminentemente performativas como "Vestígios" de Marta Sampaio. O arrebate da apresentação dos solos de Tatiana Julien e a inventiva fórmula de Boris Charmatz colocam a comitiva francesa no pódio das preferências.
Esta foi também uma edição de consagração de artistas que o DDD vem acompanhando, como Joana Soares, Piny, e Catarina Campos e Melissa Sousa. Com trabalhos muito bem conseguidos, as três peças foram dos grandes momentos do evento pela evolução e constância dos seus projetos. Pelos palcos DDD passaram também nomes consagrados do panorama nacional, como Clara Andermatt e João Lucas, além do trabalho de Né Barros, guias de estilo de bem-fazer.
Por motivos distintos, a imagética de Diana Niepce, a nível micro, e da americana Meg Stuart, a nível macro, assombrarão os públicos durante muito tempo. Memorável será também a participação pública nacional e internacional em "The deities ball".
Em 2023, o DDD realizar-se-á de 18 a 30 de abril.