Cantor algarvio levou ao Super Bock Arena o primeiro concerto de apresentação do novo álbum "SNTMNTL" (sentimental), no passado sábado. Foi recebido com casa cheia no Norte e prepara-se para o próximo espetáculo, a 20 de abril, no Sagres Campo Pequeno, em Lisboa.
Corpo do artigo
As portas abriam pelas 20 horas, mas já antes as filas de fãs enchiam os jardins do Palácio de Cristal. Muitos queriam ficar o mais próximo possível do artista, por isso, há quem tenha iniciado a espera ainda de manhã. A sala encheu rápido e a ansiedade provocada pelo aproximar do concerto aumentava.
Na linha da frente, mesmo antes da hora prevista para o concerto começar, estão Rosa Pinto e Nádia Pinto, fãs gaienses, que dizem ter visto Diogo Piçarra pela primeira vez no Teatro Sá da Bandeira, no Porto, "ainda na pandemia". Entretanto, foram a outros concertos e, depois do "Meet and Greet" que o artista fez a 22 de março no NorteShopping, decidiram comprar bilhetes para o espetáculo de sábado. Nádia reforçou: "gostamos muito deste novo álbum, por isso, tínhamos de vir".
Ali perto, na dianteira do "Golden circle" (área reservada mais próxima do palco), Eduarda Mota, do Marco de Canaveses, e Flora Costa, de Barcelos. "Somos fãs do Diogo desde que participou no 'Ídolos', ou seja, desde 2012), por isso, já acompanhamos o percurso dele há algum tempo". Sobre as expectativas para o concerto confessam que este novo álbum não corresponde tanto ao género musical do qual gostam, o que não interfere com a admiração pelo artista. "Preferimos as músicas mais antigas, mas a confiança, o carinho e o gosto pela música e pelo Diogo levam-nos a estar aqui".
Vinte minutos depois, o concerto começa e o público fica ao rubro. O espetáculo inicia-se com a apresentação de um "Manifesto Sentimental", que abre caminho para a primeira música do novo álbum, ao qual dá nome. Diogo Piçarra sobe ao palco acompanhado por Filipe Cabeçadas na bateria, Miguel Santos no baixo e Francisco Aragão na guitarra elétrica e nas teclas, bem como a dupla de bailarinos UAI'S.
A apresentação do novo álbum continua com dois dos "singles": "Não te Odeio" e "Teu", que o público já canta de cor. Nesta segunda canção acontece um dos pontos altos da noite, quando, por toda a sala, os espectadores levantam rosas cinzentas distribuídas antes do concerto. Em resposta, Diogo Piçarra exclamou "eu adoro-vos".
Segue-se um regresso ao disco "do=s" ("dois"), com "Dialeto" e "Já não Falamos" e, depois, a música de abertura da turné "South Side Boy","Coração", na qual é lançada uma "chuva" de papéis azuis. O cantor afirmou que este é "o melhor concerto do país", o que motiva a questão "temos gente de onde?". Entre os espectadores, há quem seja da Madeira (e tenha trazido a bandeira a representar), de Aveiro, da Régua ou até do Luxemburgo.
Para a apresentar a música seguinte, Diogo pergunta: "Porto, estamos juntos 'Até ao Fim'?". O entusiasmo, os gritos e aplausos impedem-no de continuar: "O que é isto, Porto? Não há nenhum concerto que possa bater isto".
O alinhamento volta ao novo álbum, passando por "Saída de Emergência" e "Sabesamar", mote para JÜRA, a primeira convidada do espetáculo, subir ao palco.
Mais uma vez, há um cruzamento entre o álbum "South Side Boy", de 2019, e "SNTMNTL", com "Anjos", partilhada com Carolina Deslandes, seguida de duas músicas "para quem foi ao concerto à procura de salvação": "Paraquedas", que chamou ao palco a cantora espanhola Sofía Martín, e "Escuro".
O público canta o habitual "Salta, Diogo!" e, em resposta, também o cantor põe o público a saltar e questiona: "Porto, o que é que vocês beberam e comeram?".
É tempo de criar um clima mais romântico, pegando na guitarra acústica, para tocar "A Nossa Rua" e "Trevo". Esta segunda, uma parceria com a dupla brasileira ANAVITÓRIA, serviu de convite para o público nas bancadas levantar-se e, como já é regra, foi cantada em uníssono.
Diogo viaja até músicas mais antigas, relembrando os sucessos "História" e "Tu e Eu", do primeiro disco: "Espelho", lançado em 2015.
Chegado o momento de "underwater", mais dois artistas entraram em palco. No final da canção, Van Zee, um dos convidados, pede para repetirem o refrão "só à guitarra" de FRANKIONTHEGUITAR.
Já ao piano, Diogo Piçarra explica: "estive a ensaiar uma música que afinal não vou cantar. Esta semana estava a cantar uma música no banho. Se a conhecerem, cantem também".
A dita canção chama-se "The Kill (Bury Me)" e é dos Thirty Seconds to Mars, que em 2018 atuaram no MEO Arena e convidaram Diogo Piçarra a cantar uma música com a banda. Têm concerto marcado para 29 de maio, no mesmo espaço.
O "momento sentimental" continua com "Nós os dois" e "Paraíso".
"Amor de Ferro" chama ao palco "Pedro Abrunhosa, que dispensa apresentações, porque está em casa". O artista é recebido com entusiasmo geral e reitera que "o sucesso do Diogo não é só talento, nem só perseverança, é também bondade". A música termina com ambos abraçados de joelhos, um gesto de grande admiração mútua.
"Como é que se continua depois disto?". Com o "encore".
Diogo Piçarra regressa, ouvem-se os primeiros acordes de "Monarquia" e Bispo, que tinha feito anos no dia anterior, mas "fez a festa no concerto", junta-se de surpresa à atuação.
Mais de uma hora e meia depois, aproxima-se o fim do espetáculo, mas "foi uma festa bonita". Quem quiser, pode levantar. “É a última, mas vamos terminar com um 'Sorriso' na cara".
Com o concerto terminado, há muita emoção e alegria para levar para casa. Para os fãs mais antigos, talvez tenha ficado a faltar a "Verdadeiro", do primeiro álbum de Diogo Piçarra, que, em turnés passadas, era a música em que o cantor "nadava" no público.
Para os fãs mais recentes, talvez a espetacularidade que a pirotecnia, o jogo de luzes e os grandes ecrãs proporcionam, acompanhados por um ritmo mais marcado e uma presença mais notória da guitarra elétrica sejam o motivo para ir a mais concertos do artista.
A turné "SNTMNTL" ainda há pouco começou, por isso, não faltarão oportunidades para revê-lo ao vivo ou ficar a conhecer. O próximo concerto é sábado, 20 de abril, no Sagres Campo Pequeno, em Lisboa.