Último dia do festival bracarense de artes digitais, este domingo, tem ainda Grand River a transformar o vento num instrumento no Theatro Circo e a nova performance da libanesa Yara Asmar num salão medieval.
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Sob o signo geométrico de "Concrète waves", o encerramento do Semibreve 2025, festival de Braga que explora os avanços da música eletrónica de vanguarda e das suas expansões na arte digital, une este domingo Actress (Darren J Cunningham) e Suzanne Ciani, a lenda da música eletrónica que nos anos 1980 criou o som dos flippers da Xenon, a primeira máquina de pinball da história a ter uma voz feminina.
A performance, às 17 horas, no Theatro Circo, é antecipada como uma fusão entre o "R&B concrète" de Cunningham, influenciado pelo techno de Detroit, e o trabalho pioneiro e orgânico de Ciani, que, aos 79 anos, continua a domar o sintetizador Buchla, um dispositivo de capacidades cósmicas que captura e liberta o indefinível depois de o transformar em música.
O outro foco da última tarde do Semibreve 2025 é a performance de Aimée Portioli, conhecida como Grand River, que apresenta "Tuning the wind" (18.15horas). É uma composição peculiar onde o vento se torna um instrumento, e Portioli, funde sintetizadores com gravações de brisa em diferentes velocidades, de forma a que se tornam indistinguíveis, unindo sons naturais com as emanações dos utensílios criados pelo homem.
A desatar a tarde deste domingo solar (15.30 horas, Salão Medieval da Reitoria da Universidade do Minho), Yara Asmar apresenta "Stuttering music", uma peça sonora inédita em que a artista multidisciplinar libanesa convoca uivos da natureza, hinos dos cultos religiosos e melancolias, num convite à conexão.
