Dos resilientes aos desistentes, campistas afetados pela chuva no Paredes de Coura
Chuva intensa fez-se sentir desde o final da noite desta sexta-feira. Lama, mau cheiro e roupa molhada são pano de fundo do campismo.
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Tomás Pais está sentado numa cadeira de plástico, de cigarro na boca, coberto, as suas pernas e os seus pertences, com uma lona. Não se sentissem as pingas de chuva intensas que caem pelo pescoço e, julgando apenas por aquela figura vestida de negro a aproveitar a manhã ao ar livre, pensaríamos que não estamos perante uma espécie de dilúvio – bem, não é chuva que nunca se tenha visto, mas quando se é campista, todas as condições meteorológicas parecem exacerbadas.
Não se pense que a tranquilidade de Tomás, natural de Alenquer, é puro descuido ou inconsciência, poderá dizer-se que é mais aborrecimento. “Claro que a chuva não me incomoda agora, incomodou-me quando acordei de madrugada no meio de uma poça”, conta-nos, de sorriso nos lábios, mas com um tom amargurado. Este é o primeiro Paredes de Coura do jovem de 23 anos e, pelo andar da situação, poderá ser o último.