O Prémio Princesa das Astúrias das Artes 2022 distinguiu hoje, em Oviedo, Espanha, a cantora Carmen Linares e a bailarina e coreógrafa María Pagés, consideradas "as figuras mais importantes do flamenco das últimas décadas".
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O júri salientou que o trabalho de Carmen Linares e María Pagés faz parte da "genealogia do flamenco contemporâneo" e que ambas, nas suas disciplinas, "ampliaram o canto e a dança a partir do respeito pela tradição".
"Com uma vontade de exploração permanente, o seu trabalho dá ao flamenco novas ferramentas, ampliando a linguagem de uma manifestação cultural que está a viver um momento de esplendor e a procura novos horizontes", consideraram os jurados.
Carmen Pacheco Rodríguez, conhecida como Carmen Linares, nasceu a 25 de fevereiro de 1951 em Linares (Jaén), tendo começado a cantar em companhias como a de Paco Romero e Carmen Mora e em 'tablaos' populares (restaurantes onde se canta e dança o flamenco) em Madrid.
María Jesús Pagés Pedregal, conhecida como María Pagés, nasceu a 28 de julho de 1963 em Sevilha e começou a dançar na companhia de Antonio Gades e foi primeira bailarina na companhia de Mario Maia.
Este foi o primeiro dos oito Prémios Princesa das Astúrias a ser entregue este ano e ao galardão das Artes concorreram 43 candidaturas de 19 nacionalidades.
O galardão das Artes distingue "o trabalho de criação e aperfeiçoamento da cinematografia, teatro, dança, música, fotografia, pintura, escultura, arquitetura e outras manifestações artísticas".
Em termos mais gerais, os Prémios Princesa das Astúrias distinguem o "trabalho científico, técnico, cultural, social e humanitário" realizado por pessoas ou instituições a nível internacional.
Cada prémio consiste numa escultura do pintor e escultor espanhol Joan Miró -- símbolo que representa o galardão -, um diploma, uma insígnia e 50.000 euros.
O Prémio das Artes foi concedido, em anos anteriores, a personalidades ou entidades como a artista sérvia Marina Abramovic (2021), os compositores Ennio Morricone e John Williams (2020), o encenador britânico Peter Brook (2019), o ilustrador e realizador de cinema de animação William Kentridge (2017), o cineasta Francis Ford Coppola (2015), o arquiteto Norman Foster (2009), o músico Bob Dylan (2007) e o realizador Woody Allen (2002), entre outros.