
Adolfo Luxúria Canibal, vocalista dos Mão Morta e amigo de Zé Pedro
Gonçalo Delgado / Global Imagens
"Chocado" com a morte do amigo Zé Pedro, Adolfo Luxúria Canibal fala do guitarrista dos Xutos & Pontapés como "um ícone do rock'n'roll em Portugal". "Ele encarnava o próprio espírito dos Xutos", adiantou ao JN o vocalista dos Mão Morta.
A notícia era esperada, mas nem por isso o choque da perda foi menor. "Infelizmente, estávamos todos à espera que viesse a acontecer. O estado de saúde dele era muito frágil", afirmou Adolfo Luxúria Canibal ao JN alguns minutos depois da confirmação da morte de Zé Pedro, aos 61 anos.
A amizade entre ambos os músicos remonta a meados da década de 80. O percurso das duas bandas a que pertenciam cruzou-se várias vezes nesse período, quando os Mão Morta asseguraram várias primeiras partes dos Xutos. "Chegaram a emprestar-nos instrumentos", lembrou.
De Zé Pedro, Adolfo recorda "um homem simples, genuinamente bom, que soube lidar como poucos com o sucesso". Além de um "ícone do rock'n'roll em Portugal", o líder da banda bracarense via em Zé Pedro um amor incomum pela música, que se manifestava até no apoio a novos projetos. "Tinha um grande conhecimento musical, sobretudo do rock. Lia imensos livros sobre o assunto e fazia questão de assistir a concertos de bandas que admirava, fosse onde fosse".
Para o vocalista, a continuidade do grupo sem a sua principal referência é "difícil de imaginar". "Ele encarnava a própria essência dos Xutos".
