São acrobatas em duas rodas, cantam, riem, dançam: companhia de novo circo La Bande à Tyrex dá espetáculo esta sexta à noite em Barcelos, no festival Vaudeville Rendez-Vous. E é gratuito.
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O filme de Cecil B. DeMille “The greatest show on earth” (1952), retratando o mundo do circo, cunhou para sempre a expressão. No caso da companhia La Bande à Tyrex, a elocução tem todo o sentido, tal é a demonstração de virtuosismo dos nove artistas.
Em Guimarães, na abertura do Vaudeville Rendez-Vous, na quarta-feira, encantaram uma assistência que ultrapassou a lotação prevista. Esta sexta-feira apresentam-se em Barcelos, na Praça dos Poetas, às 22 horas.
Entre equilíbrios periclitantes e derrapagens controladas no limite, o coletivo de La Bande à Tyrex – nome da companhia e do espetáculo – enche de emoções positivas os 80 minutos que duram a apresentação. Os artistas são tudo: músicos, atores, equilibristas, cantores e humoristas. Na verdade, não é possível saber quem toca cada instrumento, porque eles mudam da guitarra elétrica para a bateria como quem troca de bicicleta a voar.
Se isto não for suficientemente impressionante, é uma questão de esperar – lá para o fim do espetáculo há um solo de trompete, tocado de pé, em cima de uma bicicleta. Neste grupo, o velocípede é instrumento que une um coletivo que se move como um corpo só. Num momento, é um em cima da máquina, mas logo em seguida salta mais um e depois outro e ainda mais outro. As bicicletas parecem rodar de forma aleatória e caótica, mas encontram sempre o caminho certo para não terem um acidente, exceto quando querem ter um acidente.
O final, em vez de ser apoteótico, é um recomeço, porque a trupe, companhia, banda, promete um concerto e pede a todos para ficarem. Para convencer os mais renitentes, oferecem cervejas e refrigerantes, servidos em garrafas abertas com nos raios da roda de uma bicicleta invertida para o efeito. Os mais pequenos bebem sumol, os adultos agarram-se às minis e “o espetáculo não tem hora pra acabar”.