População de Baião está contra a mudança dos restos mortais de Eça de Queiroz e sugere colocação de placa no Panteão, à semelhança do que foi feito com o cônsul Aristides Sousa Mendes.
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É já neste domingo que está prevista uma manifestação junto à Fundação Eça de Queiroz, em Santa Cruz do Douro, Baião, para protestar contra a anunciada trasladação para o Panteão Nacional. Mas os ecos de insatisfação já são bem audíveis.
A decisão judicial de dar provimento à providência cautelar foi recebida com satisfação pelos contestatários. “Se eles não quiserem estragar a ‘festarola’ preparada para o próximo dia 27, colocam uma lápide no Panteão Nacional – como foi feito com Aristides Sousa Mendes – e deixam estar os ossos do Senhor [Eça de Queiroz] onde estão, e publicamente dou-lhes os parabéns”, começou por reagir à decisão do Supremo Tribunal Administrativo António Benedito Afonso Eça de Queiroz, um dos subscritores da providência cautelar.
Dirigindo-se aos defensores da trasladação, o decano dos bisnetos do escritor avisa que “se quiserem continuar com isto, vamos continuar a lutar até que haja uma decisão final, seja ela qual for”, disse.
“O que é património nacional é a obra de Eça, as ossadas são do homem e da família. O Eça já foi enterrado três vezes, basta”, acrescenta o familiar, a residir em Lisboa.
Em Baião, a contestação está a ser liderada por António Fonseca, ex-presidente da Junta de Freguesia de Santa Cruz do Douro que “exulta com a decisão do STJ” porque “o orgulho de Santa Cruz do Douro, foi maltratado”.
Por isso, afirma-se convicto de que a manifestação vai mostrar ao “país e ao mundo que não nos conformamos com a trasladação”, promete Fonseca.