Autor de “Os Maias” recebeu honras de Panteão, 125 anos após a sua morte. Está “entre os maiores, onde pertence".
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“Um dia de chuva”, breve conto inacabado e postumamente publicado de Eça de Queiroz, seria uma possível escolha de título do escritor para uma sua crónica sobre uma ocasião como esta: a data única, formal e não isenta de polémicas, que envolveu as honras de sepultura dos seus restos mortais no Panteão Nacional, esta quarta de manhã em Lisboa.
Do Panteão-Igreja de Santa Engrácia, normalmente com vista ímpar da cidade e do rio, a paisagem foi ocultada por chuva copiosa – ou “agreste e ventosa”, diria o escritor no referido conto. Num cortejo pela cidade, num breque fúnebre ladeado pela GNR, a urna com os restos do autor (coberta com a bandeira nacional e rodeada de flores), circulou também sempre sob chuva, desde o Parlamento – onde ocorreu uma primeira cerimónia – até ao destino final.