Canções do Ártico e de Nova Orleães, um casamento invulgar, o revivalismo que faltava. E dinheiro, muito dinheiro.
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Os brindes musicais de hoje parecem estar, à superfície, em diferentes polos térmicos. Mas não é bem assim. Em "Piqatiikka", a cantora e compositora canadiana Aasiva, das comunidades indígenas Inuit, do Ártico, troca o registo acústico habitual por uma magnífica escultura de gelo synthpop contemporânea, com letras em inuktitut.
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Sob os auspícios do Doclisboa, o Cinema Ideal, na capital, dedicou parte da ementa dos últimos sete dias à mostra Origens - Práticas e Tradições no Cinema. A fechar o programa assiste-se hoje a "Antônio & Piti", obra brasileira de 2019 realizada por Vincent Carelli e Wewito Piyãko. O pretexto narrativo para o documentário é acionado no Peru dos anos 1970. É lá que se encontra a parelha titular do filme, que é também a raiz de uma família invulgar: Piti é o nome mais comum usado por Francisca Oliveira da Silva, mulher branca e brasileira que se casou com Antônio Piyãko, da comunidade indígena peruana Ashaninka. Uma comunidade que vive uma relação tensa com a cidade mais próxima, predominantemente branca, de Marechal Thaumaturgo, já do lado brasileiro da fronteira. Wewito Piyako, um dos realizadores, é filho de Antônio e Piti. O outro, o franco-brasileiro Vincent Carelli, fundou em 1986 o coletivo Vídeo nas Aldeias, entidade que espalha narrativas indígenas aos sete ventos. A sessão decorre pelas 20.45 horas.
Arte para muitos dias e bom sinal dos tempos: nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden anunciou que o orçamento para 2022 da National Endowment for the Arts, a agência do governo federal que apoia e financia projetos em áreas artísticas, subirá aos 201 milhões de dólares (quase 165 milhões de euros). Um aumento de 20% em relação a 2021, o maior desde a fundação da organização em 1965.
Em "The Atlantic", anuncia-se que a década de 2000 está pronta para um revivalismo a valer.
Derradeiro brinde musical, contagiante e estrepitoso: para a reedição de décimo aniversário do álbum "Born this way", Lady Gaga junta, aos 14 temas originais, seis reinterpretações por outros tantos artistas LGBTQ+. O disco sai a 18 de junho e, das novidades, conhece-se para já um novo "Judas", por esse grande ícone de Nova Orleâes chamado Big Freedia.
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