O toque de exotismo chegou a Vilar de Mouros com Bombino, o guitarrista tuaregue do Níger que encheu de eletricidade o recinto do festival.
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Acompanhado de mais três tuaregues - um deles um insuspeito WASP americano, sentado à bateria -, que exibiam túnicas estilizadas e longas echarpes (daquelas usadas pelos salteadores), Bombino ofereceu momentos de cavalgada épica, a fazer lembrar os delírios improvisados dos Led Zeppelin.
Noutros temas o som era mais temperado e gingão, com a linha de baixo a sobrepor-se à propulsão elétrica. O desempenho foi sendo pontuado por uma espécie de mantras em "tamasheq", o dialeto da tribo de Bombino. As suas letras remetem para questões geopolíticas do território tuaregue, mas só Alá saberá em que termos o fazem.
Momento de "world music" de grande qualidade, a provar que Vilar de Mouros poderá complementar a sua oferta orientada para os clássicos com algumas surpresas contemporâneas.