Festival de eletrónica termina hoje no Parque da Pasteleira, no Porto, com os austríacos Kruder & Dorfmeister e o português Rui Vargas.
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Foi o melhor sítio possível para assistir ao derradeiro jogo de Portugal no Euro 2024. Não fosse um poste a separar-nos da vitória – além de vários desperdícios – e teríamos o lugar perfeito para expandir a alegria, ao som de alguns dos melhores DJ de música house da atualidade. Como a bola bateu no poste – e não houve remissão para os desperdícios –, tivemos o lugar perfeito para escapar rapidamente à desolação, graças aos DJ do 5.º Festival Elétrico, que arrancou na sexta no Parque da Pasteleira, no Porto, e termina este domingo ao som de nomes como Kruder & Dorfmeister, Gerd Janson ou Rui Vargas.
Talvez só não tenha sido perfeito para o próprio festival, e sobretudo para a DJ Holographic, que teve o galo de coincidir com o Portugal-França. O seu ‘set’ de cruzamento de house, techno e disco foi testemunhado por uma ínfima parte do público presente no recinto – cerca de 3 mil, segundo a organização. À parte alguns espanhóis (já qualificados) e outros estrangeiros, além daqueles indefectíveis que dançariam mesmo com a Terra a tremer, a esmagadora maioria prostrou-se na relva, diante de um ecrã, como qualquer adepto em qualquer lugar do país: vibrando, vaiando, aplaudindo, sofrendo, rezando a deuses abraâmicos e pagãos. Mas mal foi dado o último pontapé, tristemente certeiro, a organização impediu que o público ficasse a remoer, ou a ouvir doutos comentários: desligou imediatamente o ecrã – tudo para a pista.