Elza Soares na Casa da Música

Com 71 anos de idade e 52 de carreira, Elza Soares aceitou o convite para juntar a voz a Rodrigo Maranhão, Thiago Di Sabbato (baixo), André Moreno, André Bava e Dudu Fuentes (percussões).

Elza da Conceição Soares nasceu na favela de Água Santa, no Rio de Janeiro. Foi lavadeira e operária numa fábrica de sabão e, aos 20 anos, conseguiu o seu primeiro trabalho como cantora, na Orquestra de Bailes Garan e no Teatro João Caetano. Em 1958, acompanhou Mercedes Baptista pela Argentina, numa digressão de oito meses, com a peça "Jou-jou frou-frou". De volta ao Brasil, passou pela Rádio Mauá e pela Rádio Tupi.

O seu primeiro álbum foi lançado em 1960, com o título "Se acaso você chegasse". Mais tarde, em São Paulo, gravou o segundo LP, "A bossa negra". O êxito alcançado garantiu-lhe uma viagem até ao Chile, no Campeonato do Mundo de Futebol, em 1962, para cantar ao lado de Louis Armstrong.

A partir daquele momento, a carreira de Elza Soares disparou e seguiu-se o lançamento de álbuns com alguns dos mais prestigiados compositores da música brasileira, como Dorival Caymmi, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Jorge Bem, Toquinho, Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito, Zeca Pagodinho, Guinga, Aldir Blanc, Chico Buarque, Noca da Portela e Nei Lopes, entre outros.

A cantora recebeu, em 1972, o diploma de embaixatriz do samba e, mais recentemente (no ano passado), foi honrada com a Grã--cruz, o maior prémio da Ordem do Mérito Cultural do Brasil.

Hoje, na Casa da Música, junta-se aos Bangalafumenga, um projecto de dez anos com dois álbuns editados, "Vira lata" e "Barraco dourado". O gradual reconhecimento valeu-lhes a colaboração com músicos como Zélia Duncan ("Chicken de frango"), Fernanda Abreu ("Baile da pesada"), Pedro Luís ("Rap do real"), Seu Jorge, Adriana Calcanhoto, Marcelo D2, Walter Alfaiate e, agora, Elza Soares.