Ana Pinho, presidente do Conselho de Administração da Fundação de Serralves, garantiu que "em Serralves não há censura".
Corpo do artigo
"Todas as imagens foram escolhidas pelo curador da exposição e foi o próprio curador do museu a propor que algumas obras fossem colocadas numa sala reservada", assegurou.
Em resposta às perguntas colocadas pelo Jornal de Notícias, a líder da fundação admitiu que a decisão de colocar a interdição a menores de 18 anos nessa zona foi do conselho de administração, "em similitude com a legislação em vigor". Depois de estalar a polémica, a restrição foi levantada, passando a admissão de menores a estar condicionada ao acompanhamento dos pais.
Ana Pinho não explicou quais as razões fornecidas por João Ribas para fundamentar a sua demissão, mas revelou que a decisão foi comunicada apenas por e-mail.
9909523
As afirmações foram proferidas durante uma conferência de imprensa, esta quarta-feira, marcada para reagir à polémica criada depois da inauguração da exposição "Robert Mapplethorpe: Pictures", no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, que provocou o pedido de demissão do diretor do museu, João Ribas, acusações de censura vindas dos meios artísticos e críticas à forma como Ana Pinho, presidente do Conselho de Administração de Serralves, gere a Fundação.
Na conferência de imprensa estiveram presentes outros membros do Conselho de Administração da Fundação, como José Pacheco Pereira e Isabel Pires de Lima.
Pacheco Pereiro foi mais longe: "Nunca vi ninguém defender melhor os interesses de Serralves do que a Ana". E rejeita veementemente as acusações de que houve censura por parte do Conselho de Administração.
Os líderes da Fundação garantiram ainda que a responsabilidade de não expor 20 das 179 obras anunciadas foi do ex-diretor João Ribas.
A administração recusou responder a qualquer questão que não estivesse relacionada com a demissão de João Ribas e a exposição de Robert Mapplethorpe.