Último dia de sotaque do norte na Super Bock Arena começou já em ânimo máximo. Noite prossegue com atuação de Clã, com a convidada Capicua, e encerra com Mão Morta.
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Por momentos, não olhemos para os telemóveis de última geração que se vão levantando entre a multidão. Fora as tecnologias, e parte das roupas, uma vez que o revivalismo está cada vez mais presente na moda, poderíamos achar, no arranque da segunda noite de Rock à Moda do Porto, que uma máquina do tempo coletiva nos tinha transportado de volta para os anos 1980.
Não havia ainda sinais de movimento em palco, apenas uma voz nos altifalantes anunciava “E agora, no palco, Taxi”, e já a multidão entregava todo o entusiasmo, contrastando com a energia empalidecida que se fez sentir pouco mais de 24 horas antes. Tal qual acontece com o anunciar de uma qualquer banda de sucesso do momento.
Os cinco elementos que compõem atualmente a banda portuense foram recebidos em palmas, gritos e com corpos freneticamente movimentados, prontos a dançar à primeira nota musical. A essa mesma energia correspondeu João Grande, vocalista e cabeça do grupo, saltando e correndo do início ao fim da atuação. Também por esta presença energética se poderia pensar no possível teletransporte no tempo, dado não se reconhecer qualquer desvanecer de força da banda com o passar dos anos.
O concerto de abertura da segunda e última noite de Rock à Moda do Porto arrancou com o tema “Cairo”, lançado em 1982, mas ainda na ponta da língua de grande parte da composta sala da Super Bock Arena. E o coro coletivo foi constante durante mais de uma hora de concerto. Músicas como “Sozinho” ou “No Fio da Navalha” foram entoadas pelo público com uma mestria de quem ainda tem tudo bem fresco na memória.
E até numa nova canção – a mais recente lançada pelos Taxi – os espectadores, fiéis àquele momento, se dedicaram a aprender a letra. “Nunca mais”, ainda desconhecido para a esmagadora maioria dos presentes no Rock à Moda do Porto foi, no final, cantado na perfeição. E nem precisou de acompanhamento instrumental ou do vocalista. O feito foi um sucesso para a banda, que tinha, nesse exato momento, preparado o lançamento de confettis. Fosse o público da noite desta sexta-feira e a celebração teria caído em saco roto.
Este sábado seguem-se ainda as atuações dos bracarenses Mão Morta e dos Clã, repetentes no evento e que apresentam, este ano, uma convidada especial, Capicua.