A Capital Europeia da Cultura Guimarães 2012 interferiu no "normal funcionamento" do Centro Cultural Vila Flor mas não influenciou "absolutamente nada" na programação da vizinha Casa das Artes, Famalicão," enquanto o Theatro Circo, Braga, apostou numa programação "complementar" ao evento.
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No entanto, quer a Casa das Artes, quer o Theatro Circo admitem "beneficiar" com o "grande afluxo de gente" que a Capital Europeia da Cultura (CEC) Guimarães 2012 vai originar.
A Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão dista "cerca de 18 quilómetros" da zona histórica de Guimarães, epicentro da CEC, mas o evento "passa ao lado" da programação cultural do equipamento.
Em entrevista à Agência Lusa, o director da Casa das Artes, Álvaro Santos, afirmou que a CEC não influenciou "absolutamente nada" a dinâmica do equipamento para o ano de 2012.
"Nunca fomos contactados por ninguém e não temos nada programado em conjunto. Em 2012 a programação da Casa das Artes foi pensada como em 2011 e em 2010", adiantou.
Mas, admitiu, "podemos beneficiar do afluxo de gente a Guimarães" até porque, explicou, "é tudo muito perto e com boas acessibilidades entre as cidades".
Já o Theatro Circo, em Braga, a cerca de 20 quilómetros do Centro Histórico vimaranense apostou na complementaridade à da CEC.
"Uma vez que estamos emparedados entre a CEC e a Capital Europeia da Juventude Braga 2012 tivemos o cuidado de programar de forma complementar com aposta na criação artística nacional e na criação lusófona e europeia", explicou à Lusa o diretor do Thatro Circo, Rui Madeira.
Este responsável adiantou ainda que "houve o cuidado de tentar evitar coincidência de datas em grandes espectáculos".
Tal como Álvaro Santos, o diretor do Theatro Circo admitiu que Braga, e nomeadamente "o theatro", irão beneficiar com a realização da CEC "ali ao lado" uma vez que, apontou, "quem vai a Guimarães vai também a Braga".
Ao contrário do que acontece com estes dois equipamentos, o evento interferiu com o "normal funcionamento" do Centro Cultural Vila Flor (CCVF) que "adaptou" a programação "à realidade de um ano em que Guimarães é CEC".
O director do CCVF, José Bastos, admitiu que, por exemplo, "nas artes performativas, teatro e dança, haverá menos programação própria exactamente porque essa área está já coberta pela CEC".
Apesar da interferência, apontou o responsável, "a programação do CCVF inclui os eventos ancora ao longos dos últimos anos embora estejam também eles integrados na CEC".
Exemplo disso é o facto da programação de Guimarães 2012 inclui os Festivais Gil Vicente, o Festival de Dança Guidance, o Manta, entre outros.
Na área da música, o CCVF continuará, adiantou José Bastos, com a "prossecução do que se faz no Café Concerto, nomeadamente espetáculos de projetos emergentes, projectos pop alternativos".
Apesar das diferentes abordagens à proximidade da CEC, os responsáveis por estes equipamentos culturais desejam "que tudo corra bem" pois, consideram, "a região só tem a ganhar com o sucesso de Guimarães 2012".
Rui Madeira ressalvou, no entanto, que o "mais importante" é "fazer com que as valências para a região que representa a CEC não se esgotem em 2012".
Mas, admitiu, "sabemos que no actual contexto económico e de falta de políticas culturais tal é difícil".