Na reta final do Festival DDD, que decorre até domingo, ainda tem 16 oportunidades para participar. A grande maioria das peças é já este sábado, no Porto
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O Festival DDD - Dias da Dança volta a afirmar-se como uma celebração viva do corpo e da criação artística contemporânea. Com programação intensa e distribuída por palcos do Porto, Matosinhos e Gaia, o festival propõe uma maratona coreográfica. São as últimas 16 atividades. Haja fôlego.
Às 11.30 horas deste sábado, o CAMPUS Paulo Cunha e Silva (Porto) abre ao público para mostrar o que ainda está em fermentação. Três projetos em fase de criação, fruto da parceria entre o DDD e o Mindelact – Festival Internacional de Teatro do Mindelo, em Cabo Verde, convidam-nos a entrar no laboratório da criação e a espreitar os primeiros passos de obras que ainda se estão a fazer, num momento de escuta, descoberta e partilha.
Às 15 horas, o DDD desdobra-se em dois espaços distintos. Ana Isabel Castro apresenta “Adoçar”, uma peça minimalista e sensorial que transforma o ato de lavar o corpo num ritual de observação e disponibilidade, no Auditório Municipal de Gaia. Ao mesmo tempo, no MXM Art Center (Porto), Max Oliveira estreia “P_Z_L_S”, espetáculo que cruza danças urbanas, música tradicional portuguesa e ritmos de breakbeat, num puzzle onde o público é convidado a encontrar os pontos de contacto.
Coreografia afetiva em Serralves
Às 17horas, o Museu de Serralves, no Porto, acolhe “Affective choreography” (repete domingo), uma proposta de André Uerba que dilui as fronteiras entre público e performer, entre o íntimo e o exposto. Através de gestos lentos e histórias pessoais, convida ao toque e ao testemunho, onde a intimidade se constrói.
A noite começa às 19.30 horas com três propostas distintas. Duas são no Porto: no Palácio do Bolhão, Marcelo Evelin e a Demolition Incorporada apresentam “Bananada: Operantípoda (parte I)”; no Teatro Campo Alegre, Eisa Jocson e Venuri Perera trazem “Magic maids” (repete domingo), uma dança-feitiço feminista que reverte os símbolos da opressão das mulheres em instrumentos de resistência.
E em Matosinhos, no Teatro Constantino Nery, Camilo Mejía Cortes apresenta “Vaivén”, um tributo coreográfico à história, à diáspora e ao poder da salsa como forma de sobrevivência.
Às 21,30 horas, a intensidade aumenta: no Campo Alegre, Ídio Chichava apresenta “Vagabundus” (repete domingo), espetáculo vibrante com 13 intérpretes moçambicanos, gospel, canto barroco e danças ancestrais.
Ao mesmo tempo, no Teatro Rivoli (Porto), o coletivo KOR’SIA estreia “Mont ventoux”, uma subida metafórica e coreográfica à montanha do pensamento humanista. No mesmo teatro, a noite termina em festa com “Fylhas do dragão”, celebrando a liberdade de ser, dançar e resistir.