Camané e Ricardo Ribeiro, mais Mário Laginha e João Paulo criam espetáculo inédito que chega este sábado ao Porto. Os quatro artistas, que todos amigos, explicam o que aí vem.
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É de um “encontro feliz” de quatro artistas – e quatro amigos –, que nasceu o espetáculo “Duas vozes, quatro mãos”, que chega este sábado ao Coliseu do Porto (21 horas). As vozes de Camané e Ricardo Ribeiro, mais as mãos nos pianos de João Paulo Esteves da Silva e Mário Laginha, criam música com estilo próprio, ou sem estilo definido, jazz e fado num abraço que quer ser “mais do que a soma das suas partes”.
Destes quatro músicos marcantes e singulares nasceu um projeto artístico que é um “casamento perfeito”, disse Ricardo Ribeiro ao JN durante um dos ensaios do grupo.
“É um encontro, no fundo, de amigos que se admiram mutuamente e que fazem música juntos. É música com poesia – não sei qual é que ajuda qual –, que resulta numa partilha sensorial inédita”, diz.
Em termos práticos, explica agora Mário Laginha, a ocasião nasceu também do facto de existirem já dois duos que tocavam com alguma regularidade juntos: João Paulo com Ricardo Ribeiro e Laginha com Camané. “Isso de vez em quando acontecia e no fundo demos um passo certo em frente”, adianta.
Noite feliz, certamente
Camané ajuda, entre risos, a enredar o novelo da amizade: “Como já trabalhei com o João Paulo, o Ricardo com o João Paulo, fizemos um disco com o Laginha e pontualmente, o Ricardo está com o João Paulo, de repente eu e o Ricardo e pensámos de fazer um espetáculo todos juntos”, elabora.
O pianista João Paulo adianta mais sobre o que o público pode esperar no concerto ao vivo – e aponta um detalhe importante neste encontro: “Há uma coisa mais rara, eu e o Mário Laginha, infelizmente e apesar de gostarmos muito um do outro e de termos sempre a vontade de tocar juntos, tocamos o mesmo instrumento. E o Mário, mais do que eu, procura mais tocar a dois pianos, que é uma coisa que só mesmo em ocasiões muito especiais é que me passa pela cabeça; só mesmo em certas salas, com determinadas condições. E por isso é uma alegria, é uma ocasião especial, qualquer uma em que possamos tocar juntos”.
E remata: “Falta dizer que isto é um espetáculo de canções, mas é também um espetáculo de música instrumental, com os seus momentos especiais. Há espaço para respirar, há solos do Mário, solos meus. Cada um dos quatro tem os seus momentos a solo. Mas depois estamos todos juntos”, conclui.
A “quatro vozes”, quatro grandes músicos resumem assim os contornos de uma noite que, garantem, “será certamente feliz”.