Uma retrospetiva da obra de pintura e desenho do artista ocupa todo o espaço expositivo do Palácio Vila Flor, em Guimarães.
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Há qualquer coisa de solar nas cores dos trabalhos de Victor Costa (Guimarães, 1944) que convida a prolongar o tempo de visita a esta exposição que atravessa grande parte da sua obra, ocupando todo o espaço expositivo do Palácio Vila Flor. Reconstruir, lentamente, as paisagens, objetos e figuras humanas que se “escondem” nos desenhos e pinturas, é uma forma de gozar os prazeres do verão, mas com ar condicionado.
Os trabalhos remetem para vestígios do corpo humano e objetos que deixaram rasto mas já lá não estão. São sinais que convidam quem olha a participar num processo de reconstrução a partir das suas próprias experiências. Cores, formas, sobreposições e transparências constituem elementos de uma técnica que passa pela constante construção e desconstrução da imagem.
Victor Costa começou a pintar na década de 1980 e, nas palavras de Nuno Faria, director do Museu da Fundação Arpad Szenes, “desde então, vem-se afirmando como um dos mais inventivos pintores portugueses”. Com curadoria de Ivo Martins, esta mostra “ faz uma síntese da prática de Victor Costa, através de uma viagem visual e conceptual que atravessa grande parte da sua obra”.
Victor Costa nasceu em Guimarães, em 1944, foi Professor na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e fundador do Centro de Arte de S. João da Madeira e do Lugar do Desenho – Fundação Júlio Resende. Desde os anos de 1980, expôs individualmente em várias galerias e instituições nacionais e internacionais. Com uma obra dedicada à reflexão em torno da pintura, é também conhecido por obras públicas em cerâmica e vitrais como é o caso da intervenção artística nas bancadas do Estádio D. Afonso Henriques em Guimarães.