Duas semanas após a estreia, comédia de Greta Gerwig é o 23.º filme mais visto de sempre, com receita bruta de quatro milhões. Longa metragem atingiu o “clube dos bilionários”, com mil milhões de lucro nas bilheteiras de todo o mundo em apenas 19 dias.
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Já não há tanto cor-de-rosa nas ruas. Do que falamos? Fomos ao cinema medir o ambiente no final da terceira semana de “Barbie” nas salas. A euforia parece mais contida.
Não só no dia de estreia, mas também nas duas semanas que se seguiram, os arredores de vários cinemas em Portugal foram descritos como “ondas de rosa choque”, com uma maioria de espectadores a escolher a cor característica da boneca da Mattel para assistir ao novo filme de Greta Gerwig. Agora, a cor da Barbie está discretamente pintada aqui e ali – nota para grupos de amigos avistados durante esta semana a envergar como que um equipamento, uma t-shirt a dizer “Barbie”. Não há dúvida que filme que escolheram.
É inegável que “Barbie” já bateu recordes um pouco por todo o Mundo. O mais destacado de todos é obviamente a entrada da longa metragem no “clube bilionário”, ou seja, passou a receita de um bilião de dólares a nível global (459 milhões só na América do Norte).
A novidade é de monta: é o primeiro filme realizado por uma mulher a conseguir este tipo de bilheteira.
Julho fenomenal
Mas a rapidez com que o fez também é impressionante. “Barbie” atingiu o desejado marco em apenas 17 dias de exibição, tornando-se o lançamento mais rápido da Warner Bros a consegui-lo. Para comparação, “Harry Potter e as relíquias da morte: Parte 2” detinha o recorde com 19 dias.
A nível nacional, não apenas sobre “Barbie”, mas claramente à boleia do seu sucesso, as salas de cinema portuguesas registaram, em julho, o melhor mês em receitas brutas desde que há registos, ou seja, desde 2004. Os dados foram disponibilizados pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) e dão conta de um valor de 10,5 milhões de euros. A explicação dá-se, provavelmente, pelas estreias simultâneas de “Oppenheimer”, de Christopher Nolan, “Barbie” e “Missão Impossível 7”, com Tom Cruise, que garantiram que julho foi também o melhor mês em número de espectadores desde agosto de 2019.
Fenómeno “Barbenheimer”
“Barbie” estreou a 20 de julho e globalmente foi lançada uma campanha de marketing que aliava o filme “cor-de-rosa” ao científico “Oppenheimer”, de Christopher Nolan. Ainda que a aliança nesta “double bill” tenha dado frutos, até com a criação do termo “Barbenheimer” (com incentivo para os espectadores assistirem a ambos no mesmo dia), a longa sobre o “pai da bomba atómica” alcançou, em Portugal e até ao momento, praticamente metade dos valores do filme de Greta Gerwig: cerca de dois milhões de receita, perto de 340 mil espetadores e cerca de quatro mil sessões.
Apesar do entusiasmo e dos recordes atingidos a nível mundial, por cá, “Barbie” parece ainda estar longe do pódio de filmes mais vistos nos cinemas, encontrando-se em 23.º lugar.
O 1.º lugar pertence a “O Rei Leão”, o “live action” lançado em 2019, com perto de sete milhões de euros de receita bruta e 1.281.657 espetadores registados, que conseguiu o feito cerca de um mês e meio após a estreia. O top 20 é preenchido por filmes de animação, sagas como “Avatar” ou “Velocidade furiosa” e clássicos como “Mamma Mia!”.
Em 12.º encontra-se o filme português “A gaiola dourada”, com quase quatro milhões de receita, segundo os relatórios do Instituto do Cinema e Audiovisual.
A caminho do pódio natural
Analisando o pódio do presente ano, até 9 de agosto, data da última atualização dos dados do ICA , “Barbie” ainda não era o filme mais visto, mas estava lá perto. Há uma semana, “Velocidade Furiosa X” acumulava 687 756 espetadores e o filme da Mattel pouco mais de 666 mil.
Ainda assim, a entrar na quarta semana com um número considerável de sessões por dia, é esperado que esta realidade se inverta no próximo relatório, pondo “Barbie” no topo natural do pódio.
O JN analisou os sites de venda de bilhetes das principais distribuidoras de cinema e é possível perceber que, para esta quarta semana de projeções, a procura continua em alta, estando ainda programadas entre quatro a seis sessões diárias de “Barbie” nas principais salas do país.