Com nova imagem e grafismo renovado, a Europa-América regressa ao mercado editorial português. O livro que assinala a nova vida da editora tem a assinatura da escritora peruana Claudia Ulloa Donoso.
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Agora detida pela EA/CZ Editora, a chancela Europa-América tem por objetivo posicionar-se como uma referência na publicação de ficção literária contemporânea, mais concretamente de autores ainda não publicados em Portugal. Claudia Ulloa Donoso, jovem escritora peruana, assina a primeira publicação da editora, "Eu matei um cão na Roménia", que vai ser apresentada esta quinta-feira, às 18.30 horas, na Livraria Ler Devagar, em Lisboa.
Fundada em 1945, pelos irmãos Francisco Lyon de Castro e Adelino Lyon de Castro, a Europa-América mantinha uma linha editorial assente na publicação de autores proibidos pela Censura e na importação de autores estrangeiros, o que levou a frequentes incidentes com o regime. Distinguiu-se na democratização da leitura, com a publicação de géneros como a espionagem e a ficção científica e coleções de temas políticos, sociais e económicos. Os livros da coleção “Apontamentos Europa-América”, com análises e resumos de obras literárias e outros temas do plano escolar, foram importantes aliados para uma geração de alunos portugueses. Em 2019, a editora iniciou um processo de insolvência. Os bens da editora foram objeto de venda judicial tendo a EA/CZ Editora adquirido as marcas editoriais e iniciado este novo projeto.
“A Europa-América foi uma das mais importantes editoras da segunda metade do século XX português. Ciente do seu legado histórico e patrimonial, a EA/CZ Editora adquiriu a chancela, com o objetivo de relançar a marca e garantir a publicação regular de autores não editados em Portugal, fomentando a leitura junto de novos públicos.”, afirma Alexandre Rezende, responsável pela EA/CZ Editora.
"Eu matei um cão na Roménia" é o romance de estreia da autora, recentemente distinguida como uma das melhores jovens escritoras de ficção da América Latina, pela lista Bogotá39. A obra é uma ousada exploração da morte como ideia e intuição, mas também uma contemplação incrédula do seu contrário: a vida e a sua obstinada insistência.
A partir de 2024, a editora propõe-se à publicação regular de novos títulos e ainda a ampliar o alcance e diversidade da literatura nacional, com a publicação de autores portugueses. Até ao final de 2024, a editora planeia publicar 12 livros. “A promoção da criação artística é um dos nossos objetivos basilares. Pretendemos impulsionar a divulgação de autores nacionais também noutros mercados, contribuindo para a internacionalização da literatura portuguesa. A Europa-América será uma ponte entre a literatura contemporânea global e a literatura emergente em Portugal, com um firme compromisso com a qualidade e excelência dos seus livros”, comenta Alexandre Rezende.