Para as casas de apostas, os madeirenses Napa estão na posição 25 entre 26 concorrentes. Suecos KAJ são os mais fortes candidatos à vitória. Final do concurso europeu é hoje à noite. Portugal tenta salvar a honra, mas tudo aponta para o fundo da tabela.
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Música Da Suécia (2024), para a Suíça (2025) e, quem sabe, novamente para a Suécia: “Bara bada bastu”, dos KAJ, tema pop-techno sueco com um contagiante ambiente folclórico, está tão destacado nas apostas para a vitória da Eurovisão deste ano, que na imprensa local já se discute qual a cidade que poderá acolher a Eurovisão 2026: Mälmo não quer repetir, Estocolmo já expressou vontade.
Certo é que as plataformas de apostas costumam estar próximas dos resultados, mas não são garantia de nada – todos os anos há surpresas. E tudo se decide esta noite, em Basileia, na Suíça. A RTP1 transmite a cerimónia em direto, a partir das 20 horas e até à meia-noite.
Portugal chega hoje à grande final da Eurovisão com uma boa notícia: “Deslocado” será a 21.ª canção a entrar em cena, uma posição considerada excelente – os primeiros a atuar são teoricamente prejudicados, segundo um debate que todos os anos se repete.
E as boas notícias não acabam aqui: desde a surpresa de terça-feira, em que o tema dos madeirenses Napa foi apurado, deixando para trás músicas com muitos apreciadores e contrariando todas as tendências, a canção portuguesa tem sido alvo de inúmeros comentários positivos nas plataformas, apelidada por muitos como uma das mais bonitas. A atenção no Spotify também está a crescer, mas nas casas de apostas, depois de uma subida, “Deslocado” voltou a situar-se na posição 25 – entre 26 candidatos...
Na nossa semifinal, ficaram também apurados a Noruega, Albânia, a Suécia, a Islândia, os Países Baixos, a Polónia, São Marino, a Estónia e a Ucrânia. Na segunda, passaram Lituânia, Israel, Arménia, Dinamarca, Áustria, Luxemburgo, Finlândia, Letónia, Malta e Grécia. A estes, juntam-se a anfitriã Suíça e os “Big Five” Alemanha, Reino Unido, França, Espanha e Itália.
“Deslocado” remete para a sensação de quem vive ou trabalha longe de casa, mas este ano é incontornável encontrar um paralelismo com a canção: Portugal leva um tema indie-pop, calmo, “apaziguador e natural”, escrevem seguidores, um pouco diferente de tudo o resto. Entre os restantes, há muita eletrónica, algum rock, festa, dança, folclore, andaimes, fogos, fatos extravagantes. “A música não é fogo de artifício, é sentimento”, disse Salvador Sobral quando venceu a Eurovisão 2017, mas, neste palco, nem sempre é assim.
Protestos para Israel
Há temas fortes: a 2.ª posição do top de favoritos é de JJ, da Áustria, com a balada ópera-pop “Wasted love”, para muitos um dos melhores temas de sempre. A França, com a lusodescendente Louane e “Maman”, carta da artista à mãe luso-brasileira, que faleceu quando tinha 17 anos, está também no pódio.
Extraconcurso, o ano volta a ser marcado pelo conflito israelo-palestiniano, e entre petições e protestos de rua, no ensaio da artista Yuval Raphael de quinta-feira houve vaias e apitos no público – segundo a organização, seis pessoas foram escoltadas para fora do recinto. De noite, na semifinal, tudo parece ter corrido sem percalços. Israel leva “New day will rise”, de Yuval Raphael, sobrevivente do ataque do Hamas ao Festival Nova, a 7 de outubro de 2023. Apesar da polémica, a canção é a 6.ª favorita