A promotora portuguesa Everything Is New iniciou um processo judicial contra a aquisição da maior sala de espetáculos do país pela multinacional norte-americana Live Nation. Em causa estará uma concentração excessiva de poder.
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A compra da Meo Arena, estrutura de Lisboa que era detida pelas empresas Ritmos & Blues e Arena Atlântico, foi aprovada em novembro pela Autoridade da Concorrência (AdC), mas a promotora de Álvaro Covões, Everything Is New, quer agora impugnar essa decisão no Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão, em Santarém.
A ação judicial foi submetida a 19 de fevereiro e pretende reverter a decisão da AdC, que permitiu à Live Nation assumir o controlo do maior pavilhão de espetáculos do país, bem como da plataforma de bilhética Blueticket. A Everything Is New já se tinha manifestado anteriormente contra esta operação, alegando que a concentração de poder da Live Nation limite o acesso de outras promotoras ao espaço.
O processo de avaliação da AdC foi prolongado. Inicialmente, a entidade reguladora expressou preocupações sobre os impactos concorrenciais do negócio. O primeiro conjunto de compromissos apresentados pela gigante norte-americana foi rejeitado, mas um segundo pacote de medidas acabou por ser aceite, permitindo a concretização da compra.
Entre as condições impostas à Live Nation estão a manutenção da liberdade de escolha na bilhética, a definição de critérios para os preços e um limite ao número de eventos que a empresa pode organizar na Meo Arena. Apesar disso, a Everything Is New não considera estas medidas suficientes e optou por recorrer à via judicial.
Até ao momento, nenhuma das partes envolvidas se pronunciou sobre o caso.