Esta semana estamos a ser bombardeados com o anúncio de prémios Nobel. Conhecidos os da Química e da Física, a contestação começou a crescer na ala feminina das ciências, com algum humor e sarcasmo. Todos os prémios Nobel de Ciência de 2021 foram atribuídos a homens. Voltamos a um padrão.
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Esta é uma tendência depois da engenheira bioquímica Frances Arnold vencer em 2018 o Nobel da Química, e Donna Strickland receber o Nobel da Física no mesmo ano. Strickland foi apenas a terceira mulher física a receber um Nobel, após Marie Curie em 1903 e Maria Goeppert-Mayer 60 anos depois. A escritora e jornalista espanhola Rosa Montero aborda magistralmente todas estas questões no livro "A ridícula ideia de não voltar a ver-te" dedicado a Marie Curie.
Marie Curie foi a primeira mulher a ganhar o Nobel, sendo também a primeira pessoa (e a única mulher) a ganhá-lo duas vezes e em campos científicos diferentes. Mas, o que esperar quando uma mesma família consegue arrecadar cinco prémios Nobel? Ela também foi a primeira mulher a tornar-se professora na Universidade de Paris e, em 1995, tornou-se a primeira mulher a ser sepultada no Panteão francês.
A realizadora franco-iraniana Marjane Satrapi estreou, em 2019, o filme "Radioactive", com Audrey Tatou (a eterna Amélie) no papel de Marie Curie. Aqui pode ver o trailer:
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Nascida em 1867 em Varsóvia, no então o Reino da Polónia, parte do Império Russo, Marie Curie estudou clandestina na Universidade de Varsóvia e iniciou a sua investigação científica. Em 1891, aos 24 anos, seguiu a sua irmã mais velha, Bronisława, para estudar em Paris, onde obteve os diplomas e conduziu os trabalhos científicos.
Sobre o reino da Polónia estreia hoje, no Teatro Carlos Alberto, no Porto, "O julgamento de Ubu", com encenação de Nuno M. Cardoso, uma produção com o Teatro de Marionetas do Porto.
A protagonista, a novíssima atriz Joana Petiz, é um portento de energia. Como um diabo-da-tasmânia, leva a narrativa toda atrás dela.
Por falar em mulheres com arranques vulcânicos, no sábado à noite, o Teatro Joaquim Benite, em Almada, recebe o espetáculo "Memória viva", da companhia flamenca de Maria del Mar Moreno, que comemora 20 anos. Esta bailaora de Jerez de la Frontera tem um interessantíssimo percurso de investigação, mantendo acesa a chama da tradição. Um espetáculo imperdível que decorre no âmbito da Mostra Espanha.
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Os exercícios de memória recomendam-se, já que o mundo voraz parece padecer de memória de peixe.