O espetáculo de realidade virtual "Symphony" é o mais recente projeto do maestro Gustavo Dudamel que, com a ajuda da tecnologia e dos efeitos visuais, pretende envolver os espectadores numa experiência musical, ao som de Beethoven, Mahler e Bernstein. Estreou em Barcelona, está de passagem por Madrid e vai seguir para várias cidades espanholas e, também, portuguesas.
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Com o novo projeto, o maestro venezuelano pretende captar a atenção dos mais jovens para a música clássica e utilizar a música sinfónica para harmonizar o som de um mundo com ideias tão diferentes. "A música é uma língua sem palavras: chega a cada um de nós de uma forma única e, no entanto, também nos une, apesar de a apreciarmos de formas diferentes. Para mim isso é um belo símbolo para estes tempos - podemos abraçar-nos através da música", diz.
Durante doze minutos, o espectador é envolvido numa experiência de realidade virtual com a Orquestra de Câmara de Mahler. Com a ajuda dos óculos de RV será possível observar a orquestra espalhada pelo palco, senti-la por perto e captar diferentes perspetivas dos músicos e dos instrumentos. Através do auxílio de uma câmara 360º será possível ouvir e sentir os diferentes instrumentos musicais, realça o jornal espanhol, Diario Público.
Dudamel tem dedicado a sua carreira a desenvolver projetos que unam crianças e jovens de todo o mundo. Criou a Fundação Gustavo Dudamel juntamente com a esposa e atriz espanhola Maria Valverde, que ajuda crianças em situações de risco em países como a Venezuela e a Suécia, e proporciona o encontro entre jovens músicos, avança a BBC.
Ambos defendem que o acesso à arte é um direito humano de todos. "O mais belo seria juntarmo-nos através das nossas diferenças, e não vê-las como um elemento de divisão. Cada jovem vem de contextos socioeconómicos, culturais e religiosos diferentes e depois tocam juntos para criar um só discurso - que é a música", explica o maestro.
O projeto "Symphony" conta com 250 pessoas, das quais 100 são músicos de 42 países diferentes. A digressão vai agora viajar por Espanha e Portugal, durante 10 anos.
"É uma viagem mágica através da música, uma linguagem universal com a qual qualquer pessoa se pode ligar", afirma Dudamel.