Homenagem ao arquiteto está já patente na Antiga Capitania e inclui 40 desenhos de artistas de vários pontos do mundo.
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São 40 caricaturas de uma mesma pessoa: Álvaro Siza Vieira, arquiteto. Os desenhos, elaborados por artistas de vários países – como Alemanha, Irão, Brasil ou Portugal –, integram uma exposição que rumou recentemente a Aveiro, onde está patente na Antiga Capitania, até finais de março. Repleta de humor, a homenagem a Siza Vieira é resultado do Prémio Especial de Caricatura do Porto Cartoon – World Festival e tem selo do Museu Nacional da Imprensa.
Uma “arte sublime, que muitos repugnam, sobretudo os poderosos, que não gostam nada de ser caricaturados nem que as suas atividades sejam alvo de humor e de sátira”. As palavras são de Luiz Humberto Marcos, curador da exposição de caricaturas, ao contar ao JN que Siza Vieira, contudo, já visitou a mostra – uma vez que a mesma já foi apresentada, nos últimos anos, noutros locais – e que “gostou muito”. Até porque “ele tem um bom sentido de humor”.
Quem visitar a Antiga Capitania, adianta, “vai encontrar um conjunto muito variado de expressões, que mostram talvez alguns aspetos mais escondidos do próprio arquiteto”. “É descobri-lo, por trás dos traços dos caricaturistas”, realça o curador.
Escolhidos por entre centenas de trabalhos que foram recebidos pelo Museu Nacional da Imprensa, no âmbito do Prémio Especial de Caricatura, na Antiga Capitania vão estar presentes os 40 melhores. Incluindo aquele que arrecadou o primeiro lugar, da autoria de Ivan Prado, um autor peruano residente na Alemanha.
A exposição é composta, ainda, por dezenas de publicações, jornais e revistas, com entrevistas e destaques sobre a obra de Siza Vieira. De recordar que, em dezembro, em Aveiro, o arquiteto inaugurou a requalificação do Adro da Sé e um monumento evocativo da antiga muralha da cidade, tendo também concebido, anteriormente, a construção da biblioteca da universidade.
Quanto à arte da caricatura, garante Luiz Humberto Marcos, mantém-se viva. Afinal, “é uma linguagem especial para contar e mostrar a força da própria liberdade de expressão”.