O dia de Metallica esgotou o Passeio Marítimo de Algés. Ninguém quis faltar ao 14.º concerto da banda em Portugal e desde as primeiras horas da tarde que os mais aficionados chegaram ao recinto para marcar lugar e não perder pitada de uma das atuações mais aguardadas desta edição.
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Não era preciso ver o cartaz do terceiro dia para descobrir quem iria atuar. Em cada esquina do Passeio Marítimo de Algés havia fãs de Metallica. As t-shirts pretas com o nome da banda ou com desenhos alusivos ao heavy metal multiplicaram-se ao longo do dia. Os primeiros a chegar não quiseram arriscar a perder pitada do 14.º concerto da banda norte-americana em Portugal e a meio da tarde já havia metaleiros a marcar lugar na fila da frente, apesar do dia de absoluto verão.
"Estamos dispostas a ficar aqui até à hora do concerto", disse Nádia Ferreira, 34 anos, sem medo das seis horas de espera que se aproximavam. Natural do Porto, rumou a Lisboa com a amiga Beatriz para as duas carimbarem a segunda atuação do grupo. "A primeira vez foi em 2009 e estou ansiosa por ver outra vez. Nem me importei em olhar para o resto do cartaz, assim que vi Metallica comprei logo o bilhete", disse, afogueada.
O casal Carla e Rui Costa, de 47 e 48 anos, é fã do grupo há várias décadas, mas novato nas lides ao vivo. "Sempre que cá vieram nunca os conseguimos ver. Mas sabemos que vai ser um concerto brutal", confessou Carla, expectante.
Rui Pedro Antunes viu o grupo pela primeira vez em 2011, tinha 17 anos. Agora com 28, espera um concerto igualmente potente e incrível. "Vou acampar aqui [em frente ao palco] até eles chegarem porque sei que vão rebentar com isto tudo e quero ver de perto".
Quando a lua já ia alta e o vento soprava levemente naquele noite quente de verão, os Metallica subiram ao palco. Com uma estrutura diferente, em forma de U, a banda conseguiu estar fisicamente mais perto dos fãs que todos os outros artistas. O espectáculo arrancou com "Whiplash", um dos êxitos do primeiro disco de 1984. Seguiram-se outros tantos que estavam na ponta da língua de todos, mas o "coro do Alive" sobressaiu em temas como "Nothing else matters" e "Sad but true". A rouquidão de James Hetfield, os solos inigualáveis de Kirk Hammett, a batida electrizante de Lars Ulrich e as cordas do baixo de Robert Trujillo estiveram em sintonia total no último concerto da tour europeia de 2022. No "encore" a banda de heavy metal tocou "Damage, Inc", "One" e "Master of puppets", que voltou a tornar-se viral nestes dias por ter surgido no útlimo espisódio da série da Netflix "Stranger Things".
Pedro Miguel, de 27 anos, segurou às costas uma bandeira dos Metallica durante todo o concerto. Visivelmente emocionado, o jovem natural de Guimarães mostrou-se "sem palavras" para o brilharete "fantástico" da banda. Como tantos outros, cantou, gritou e saltou durante duas horas de puro entretenimento, onde nem o fogo de artifício faltou. "Foi a primeira vez que os ouvi e saio daqui mais que satisfeito, foi muito melhor do que estava à espera", confessou no final do concerto.
Um "mar" de gente encheu o relvado à frente do palco principal para dignificar os 41 anos de carreira de uma das bandas mais influentes, bem sucedidas e memoráveis de todos os tempos.
O "pós-Metallica" em três palcos
Assim que as luzes se apagaram, o público começou a dispersar, em passo acelerado, para os três palcos onde restavam artistas. No palco Heineken, o segundo maior em termos de relevância musical, apresentava-se a rapper inglesa M.I.A, 12 anos depois da última vinda a Portugal. Com um fato verde florescente, que depois viria a trocar por um toldo branco, e rimas em inglês a artista presenteou quem a ouvia com os hits de uma carreira de sucesso como "Galang, "Bad girls" e "Paper planes", sem esquecer claro o mais recente tema, "The One", após sete anos sem músicas novas.
O WTF Clubbing teve a primeira "enchente" desta edição com a mistura de Rap, R&B e Trap do português T-Rex. Tal como o palco comédia com a atuação de Guilherme Duarte com Gandim. Este foi o primeiro dia a esgotar, mas não será caso único nesta 14.ª edição de Alive. O festival termina este sábado com o ansiado regresso de Da Weasel, prometido desde 2020, Imagine Dragons, Haim e Manel Cruz.