Começa sexta-feira no Rivoli a 42.ª edição do Fantasporto - Festival Internacional de Cinema Fantástico do Porto.
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Começa amanhã e termina a 10 de abril a 42.ª edição do Fantasporto. Nascido em 1981, num contexto cinematográfico e sociológico diferente, o Fantas foi uma pedrada no charco, dedicando a programação inteiramente a um género considerado menor.
O cinema mudou, os hábitos dos espetadores também, mas o Fantas está aí, muito devido à boa teimosia e empenhamento de Mário Dorminsky e Beatriz Pacheco Pereira. Sabendo adaptar-se aos novos tempos, com a criação de novas secções e garantindo a renovação de públicos.
É, pois, no formato que já se enraizou que o Fantasporto abre as portas pela última vez no Rivoli, já que no próximo ano o festival ocupará o espaço do Batalha Centro de Cinema. Com várias secções oficiais, como o Cinema Fantástico e a Semana dos Novos Realizadores, estando atento a primeiras obras, bem como o Orient Express, sublinhando a importância atual no género das cinematografias asiáticas e uma secção dedicada ao Cinema Português, mostrando filmes de novos realizadores interessados em experimentar o género, o festival tem ainda um espaço para Filmes de Culto.
Tributo à Ucrânia
O festival abre às 20.45 horas, com a antestreia mundial da produção japonesa "xxxHOLiC", uma adaptação para filme do manga homónimo, dirigida por Mika Ninagawa. O filme, interpretado por atores e músicos populares no Japão, só se estreia no seu país a 29 de abril. Logo a seguir, nunca é demais assistir a um dos clássicos da ficção científica, "Blade runner - Perigo iminente", de Ridley Scott, que comemora 40 anos sobre a sua produção.
Para o encerramento, a equipa do Fantas escolheu um filme ucraniano, também em estreia mundial, a comédia dramática "Every - thing, nothing and something else" da realizadora Marina Kondratieva, um olhar sobre a cidade de Kiev através de um taxista. O festival associa-se assim à solidariedade com o povo ucraniano, depois de se juntar também às sanções culturais efetuadas por muitos outros festivais, com a retirada da programação de um filme russo selecionado.
55 Filmes de 28 países
Os 55 filmes em competição, selecionados de um universo de mais de 700 que foram visionados, distribuem-se por 28 países: do Afeganistão à Alemanha, da Argentina à Coreia do Sul, Croácia, Espanha, do México a Portugal. Uma demonstração de que o cinema deste género não chega apenas dos Estados Unidos, chegando por vezes de lugares onde tal seria há pouco tempo impensável.
Um exemplo perfeito é Portugal, detentor de uma cinematografia pouco dada a géneros, mas que tem vindo a dar uma atenção especial ao filme de terror e fantástico. Na secção dedicada ao Cinema Português destaca-se "Amelinda", de Miguel Gomes (não confundir com o realizador de "Tabu"). Assustador, como se quer no Fantas.