Festa do Cinema Francês mostra 73 filmes em dez cidades

Já faz parte da oferta cultural em todo o país. Tem contribuído de forma inegável para uma reaproximação dos espetadores de cinema português ao filme francês. A Festa do Cinema Francês, já na sua 24ª edição, tem início hoje em Lisboa, onde decorre até ao dia 20, nos cinemas São Jorge e Amoreiras, estendendo-se depois à Cinemateca, já em novembro, para uma retrospetiva do realizador Nicolas Philibert, vencedor do Urso de Ouro de Berlim com “L’Adamant”, que estreará comercialmente nessa altura, em todo o país.

É também por todo o território que, como é hábito, a Festa se prolongará ainda este mês. Em Almada, de 10 a 14, no Auditório Fernando Lopes Graça, no Porto, de 17 a 31 deste mês, no Cinema NOS Alameda, no Batalha, no Rivoli e no Trindade, em Faro, de 18 a 21, no Cinema NOS Fórum Algarve, em Coimbra, de 18  21, no TAGV, em Oeiras, de 19 a 25, no Auditório Municipal Eunice Muñoz e no Cinema NOS Oeiras, em Lagos, de 25 a 28, na Biblioteca Municipal, em Viseu, de 25 a 28, no Cinema NOS Fórum Viseu, em Évora, nas mesmas datas, no Cinema NOS Évora Plaza e em Beja, já de 7 a 9 de novembro, no Pax Julia – Teatro Municipal.

A programação segue a linha habitual da Festa, com as seções Antestreias, Inéditos, Cinema à Mesa, ACID, CineJovem, Segunda Chance e Foco, a eu se juntam agora as iniciativas Cinema e Memória, Pronto a Filmar e Meia Noite em Lisboa.

Este ano, a Festa trás ao nosso país uma realizadora portuguesa há muito radicada em França e uma realizadora francesa de ascendência portuguesa. No primeiro caso, Maria de Medeiros volta ao seu país, para apresentar uma cópia restaurada de “Capitães de Abril”, antecipando o que serão as comemorações dos 50 anos da Revolução.

Quanto a Cristèle Alves Meira, serão apresentadas as suas curtas-metragens e a longa “Alma Viva”, filmada na aldeia de Trás-os-Montes de onde a sua família é originária, estreado na Semana da Crítica de Cannes, obra escolhida para representar Portugal nos pré-candidatos ao Óscar de Melhor Filme Internacional e vencedor há dias do Globo de Ouro para melhor filme português do ano.

Uma das seções mais visitadas, as Antestreias, mostrando filmes que chegarão em breve às salas de todo o maís,  inclui obras como “Jeanne du Barry – A Favorita do Rei”, de e com Maiwenn, acompanhada por Johnny Depp, “A Noite do Dia 12”, um excelente drama policial de Dominik Moll, o arrojado drama passional “No Verão Passado”, de Catherine Breillat, que em tempos filmou várias vezes em Portugal, ou o drama sentimental “Só Nós Dois”, com Virginie Efira e Melvil Poupaud dirigidos por Valérie Donzelli, que estará também por cá a apresentar o seu filme, estreado em Cannes.

Há muito mais para ver, na categoria dos Inéditos, com obras de, entre outros, Clovis Cornillac, Julie Lecoustre ou Cédric Klapisch. Numa parceria com a nova seção de Cannes, ACID, será vista a animação “Linda Veut du Poulet”, de Chiara Malta e Sébastien Laudenbach. 

Os mais pequenos não serão esquecidos, com várias produções francesas sobre temáticas juvenis, do drama ao documentário, passando pela animação, onde se destaca “O Menino Nicolau – A Felicidade Não Pode Esperar”, de Amandine Fredon e Benjamin Massoubre.

Em tributo à gastronomia francesa será exibido o filme “Estrelas Doces”, de Sébastien Tilard, onde o jovem Yazid, interpretado por Riadh Belaïche tem o sonho de vencer o concurso de campeão mundial de pastelaria. Quanto à Moda, será alvo da exibição de dois filmes já estreados em sala, “Alta Costura” e “Yves Saint Laurent”. 

Aliás, a seção Segunda Chance propõe filmes também já estreados mas que merecem uma nova oportunidade para serem descobertos pelo público, como “A Sindicalista”, “A Tempo Inteiro”, “Annie Ernaux – Os Anos Super 8”, “Ataque a Paris”, “Com Amor e Com Raiva”, “Os Filhos dos Outros”, “Os Jovens Amantes” ou os documentários “Godard Cinema” e “Jane Par Charlotte”, tributo de Charlotte Gainsbourg à sua mãe, Jane Birkin, recentemente desaparecida. 

Finalmente, a música estará em foco em duas sessões da meia-noite, com “Rookies”, sobre os jovens de uma escola de um bairro problemático que se salvam através do hip-hop, e de “Supremos – A História do Suprême 93 NTM”, sobre o nascimento deste grupo também de hio hop. Muito e bom cinema francês para ver em todo o país, nas próximas semanas.