Festival DDD inunda o Porto de dança todos os dias até domingo

Com um cartaz repleto de estreias de vários espetáculos e performances, o Festival DDD - Dias da Dança, que tem epicentro no Porto, está já na sua segunda e última semana, mas tem ainda para apresentar, até dia 5 de maio, dezenas de récitas de dança contemporânea.

Esta terça-feira, 30 de abril, é a última oportunidade para ver "Voice noise"", nova criação do bailarino e coreógrafo sueco Jan Martens, que foi inspirada pela peça de Anne Carson "The gender of sound". É uma reflexão sobre os "tempos de descoberta" e a forma como somos sempre levados aos mesmo conteúdos.

Vão estrear também dois novos espetáculos.

O primeiro é "Libya", da autoria do coreógrafo marroquino Radouan Mriziga, que reinterpreta  a história imperial e a cultura norte africana que é transmitida de uma forma tradicional através da energia de nove intérpretes.

O segundo é "Atsumori", obra da autoria de Catarina Miranda, coreógrafa portuguesa que se inspirou na homónima obra japonesa, debruçando-se sobre a fantasmagoria, a insignificação do objeto e de que forma o espetro se reconcilia com a sua nova dimensão e realidade.

Piny marca feriado de quarta

Esta quarta-feira, dia 1 de maio, para lá da repetição de "Libya" e "Atsumori", teremos a estreia de "Onyx - No início nada existia"  e  "Onyx - Nem sequer um inicio", dois espetáculos de Piny em que um é a continuação do outro.

A peça é uma reflexão sobre "o ritual onírico de vácuo e presença, a pausa antes do caos e o próprio caos", um espetáculo suspenso no tempo, no Palácio do Bolhão.

Na quinta-feira, dia 2 de maio, temos a repetição de "Onyx" e a estreia de "tReta, uma invasão performática", performance que nos é trazida pela Original Bomber Crew, um grupo de dança brasileiro natural de Teresina, cidade no nordeste centro do Brasil.

Através de uma multidisciplinaridade técnica (junção dos géneros capoeira e break) e artística (fotografia, graffiti, skate) e utilizando a gíria das ruas, "tReta", que significa "deu errado" representa a realidade cruel e muitas vezes violenta que se vive no Brasil.

Quatro estreias na sexta-feira

Na sexta-feira, dia 3 de maio, há quatro estreias marcadas para o DDD.

A primeira é "Naufragium", de Gabriela VP, um espetáculo programado com a companhia Balleteatro, pertencendo ao ciclo de dança "Corpo +  Cidade".

A segunda estreia é "Muala", espetáculo idealizado e interpretado por Bibiana Figueiredo. A coreógrafa e dançarina luso-angola expõe a sua realidade enquanto dançarina, mas especialmente enquanto mulher que vive em África, destacando as diferenças palpáveis da típica mulher europeia e a sua luta de afirmação, resiliência e resistência.

A terceira estreia é "Los inescalables alpes, buscando a Currito", uma obra da autoria de María del Mar Suárez (La Chachi).

A última estreia do dia é "Vida de obra", espetáculo de João dos Santos Martins, que se debruça sobre um mundo em constante mudança, um presente que disputa com um presente que já passou e com o presente que há de vir.

E quatro estreias no sábado

Sábado, dia 4 de maio, há duas repetições, "Vida e obra" de João dos Santos Martins, e "Los inescalables alpes, buscando a Currito", de María del Mar Suárez, e quatro estreias: "Menos por menos é mais", de Telma João Santos, uma peça coprogramada pelo Balleteatro e também pertencente ao ciclo "Corpo +  Cidade", "Lake life", da coreógrafa neozelandesa Kate McKintosh, que cria uma obra participativa para todos, acima dos 10 anos, numa fusão de luzes esfuziantes, com a temática inspirada em ficção cientifica.

Temos também "fio^", uma peça criada e interpretada por Inês Campos, e "Exotica", de Amanda Piña, uma obra que identifica e revitaliza o legado de vários artistas radicalizados.

Festival fecha no domingo

No último dia, domingo, 5 de maio, há três repetições:  "fio^" de Inês Campos, "Lake life", de Kate McIntosh, e "Exotica", de Amanda Piña. E também uma estreia: "Nu meio-bailão", com autoria e interpretação de Filipa Francisco e Bruno Cochat.

A peça ironiza sobre a relação de um casal tipicamente português que se "refugiou no fado e no maldizer".

Veja aqui o cartaz completo

Terça, 30 de abril

Às 19.30 horas, "Libya", de Radouan Mriziga, na Casa de Arquitetura, Matosinhos

Às 19.30, "Voice noise", de Jan Martens, no Teatro Rivoli, Porto

Às 21.30, "Atsumori", de Catarina Miranda, no Teatro Campo Alegre, Porto

Quarta, 1 de maio

Às 17 horas, "Atsumori", de Catarina Miranda, no Teatro Campo Alegre

Às 18.30, "Onyx - No início nada existia (Parte 1)", de Piny, no Palácio do Bolhão, Porto

Às 19.30, "Libya", de Radouan Mriziga, na Casa de Arquitetura

Às 21.30, "Onyx - Nem sequer um início (Parte 2)", de Piny, no Palácio do Bolhão

Quinta, 2 de maio

Às 18.30 horas, "tReta", de Original Bomber Crew, no Coliseu Porto Ageas

Às 18.30, "Onyx - No início nada existia (Parte 1)", de Piny, no Palácio do Bolhão

Às 21.30, "tReta", de Original Bomber Crew, no Coliseu Porto Ageas

Às 21.30, "ONYX - Nem sequer um início (Parte 2)", de Piny, no Palácio do Bolhão

Sexta, 3 de maio

Às 17 horas, "Muala", de Bibliana Figueiredo, no Mercado do Bolhão, Porto

Às 19.30, "Los inescalables alpes, buscando a Currito", de María del Mar Suárez, no Teatro Municipal Constantino Nery, Matosinhos

Às 21.30, "Vida e Obra", de João dos Santos Martins, no Auditório Municipal de Gaia

Sábado, 4 de maio

Às 16 horas, "Menos por Menos é Mais", de Telma João Santos, na Rua Escura, Porto

Às 17, "Lake life", de Kate McIntosh, no Teatro Rivoli

Às 17, "fio ^", de Inês Campos, em Serralves, Porto

Às 19.30, "Vida e obra", de João dos Santos Martins, no Auditório Municipal de Gaia

Às 21.30, "Exotica", de Amanda Piña, no Teatro Campo Alegre

Às 21.30, "Los inescalables alpes, buscando a Currito", de María del Mar Suárez ,no Teatro Municipal Constantino Nery, Matosinhos 

Domingo, 5 de maio

Às 15 horas, "Lake Life" de Kate McIntosh no Rivoli

Às 16, "NU MEIO-Bailão" de Filipa Francisco & Bruno Cochat

Às 17, "fio ^" de Inês Campos em Serralves

Às 19.30, "Exotica" de Amanda Piña no Campo Alegre