
Foto: Karen Zhao / Unsplash
Como é hábito por esta altura nas duas últimas décadas, a cidade de Lisboa acolhe o LEFFEST, que reúne um conjunto alargado de estreias nacionais de alguns dos filmes mais importantes da temporada, acompanhados por um importante grupo de personalidades ligadas ao cinema e às artes no geral.
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O festival arrancou na quita-feira, em várias salas da capital, como o Cinema Nimas, a Culturgest e o Cinema São Jorge, onde teve lugar a cerimónia oficial de abertura, com a primeira exibição de "Father Mother Sister Brother", o filme mais recente de Jim Jarmush, que teve estreia mundial em Veneza.
Entre os muitos convidados que vão passar por Lisboa nos próximos dias, até ao encerramento do festival, a 16 de novembro, contam-se Hal Hartley, um dos nomes mais representativos do cinema independente norte-americano, alvo de uma retrospetiva que incluirá a exibição do seu último filme, em antestreia europeia, Wagner Moura, estrela brasileira que acompanhará a projeção de "O Agente Secreto", de Kleber Mendonça Filho, que chega também hoje às salas de todo o país, a lendária compositora e intérprete Laurie Anderson, ou ainda os realizadores Christian Petzold e Olivier Assayas e as atrizes Stacy Martin e Kim Gordon.
Esta última, também lendária cofundadora dos Sonic Youth, apresentará um dos filmes mais esperados do festival, "The Chronology of Water", estreia na realização de longas-metragens de ficção de Kristen Stewart, que Cannes acolheu a meio deste ano. O festival tem uma secção competitiva, complementada por vários outros programas, como Descobertas, homenagens a Isabel Ruth e ao mestre mexicano Arturo Ripstein, que começou a sua longa carreira como assistente de Luis Buñuel e mostras sobre o Novo Élan do Cinema Espanhol ou sobre os cinemas da Ásia Central, universo praticamente desconhecido das salas de cinema portuguesas. O compositor estónio Arvo Part será também homenageado pelos seus 90 anos, incluindo um concerto pelo GGG Trio.
O júri da secção competitiva é constituído por Kim Gordon e Stacy Martin, pelo realizador argentino Rodrigo Moreno, pelo cineasta espanhol Manuel Martín Cuenca e pelo arquiteto português Francisco Aires Mateus. Cabe-lhes julgar um conjunto de onze filmes, que inclui o português "Entroncamento", de Pedro Cabeleira, e ainda várias obras que passaram pelos festivais mais importantes do ano, como "Blue Moon", de Richard Linklater, "Miroirs Nº 3", de Christian Petzold, "Olmo", de Fernando Eimbecke, "Songs of Forgotten Trees", de Anuparna Roy ou "The President"s Cake", de Hasan Hadi, filme iraquiano que fora uma das grandes revelações de Cannes.
O realizador israelita Avi Mograbi, uma das vozes mais críticas sobre a ocupação pelo seu país dos territórios palestinianos, estará em Lisboa como membro do júri da secção Descobertas, ao lado dos portugueses Margarida Cardoso e João Peste, e por onde passarão filmes como "DJ Ahmet", de Georgi M. Unkovski, um dos grandes títulos de
Sundance, "Homebound", de Neeraj Ghaywan, presença em Cannes e Toronto e candidato da Índia aos Óscars, ou "Living the Land", de Huo Meng, premiado em Berlim, por onde também passou "Yunan", de Ameer Fakher Eldin.
"As Meninas Exemplares", de João Botelho, e "Maria Vitória", de Mário Patrocínio, terão as suas primeiras exibições públicas, num conjunto alargado de filmes fora de competição, onde estarão obras fundamentais desta temporada, como "Kontinental "25", de Radu Jude, "Mektoub, My Lobe: Canto Due", de Abdellatif Kechiche, a trilogia "Siex, Love, Dreams", de Dag Johan Haugerud, de que um elementos conquistou o prémio maior de Berlim, "Hamnet", de Chloe Zhao, "Le Mage du Kremlin", de Olivier Assayas, ou "Dead Man"s Wire", regresso de Gus van Sant, que encerrará o festival.
