Festival começa ao nascer do sol deste sábado e dura até à próxima madrugada, numa zona limítrofe de floresta entre Braga e Guimarães. Eletrónica ambiental de William Basinki é o foco maior da programação.
Corpo do artigo
É num formato pouco usual, com início logo ao nascer do sol, que o festival Extremo acontece pela primeira vez, durante este sábado e a madrugada de domingo, no monte da Falperra, uma zona de fronteira entre Braga e Guimarães. Ao longo de 20 horas de exploração do som, há concertos, instalações, performances, oficinas e visitas guiadas. William Basinki é o nome principal de um cartaz que tem também Ghosted, Maria W Horn, Sonoscopia e Clothilde.
“Este festival é um convite aberto a toda a gente para poder usufruir deste espaço incrível, com uma música que não se sobrepõe, mas que se une à própria natureza”, explica ao JN Luísa Alvão, presidente da Capivara Azul, associação cultural que produz o Extremo. O festival quer “usar a arte e a cultura como forma de mediação entre a natureza e as pessoas” e o conceito convida a uma espécie de peregrinação entre os sacromontes no limite entre Braga e Guimarães, onde há vários edifícios religiosos que serão explorados ao longo do dia.
Integrado na Braga 25 – Capital Portuguesa da Cultura, o festival Extremo é, nas palavras do coordenador artístico, talvez o “projeto mais diferenciador” de toda a programação. “É um projeto pensado de raiz para um contexto onde ainda nada tinha sido realizado sob este ponto de vista”, realça Luís Fernandes.
Música de olhos vendados
O festival que cruza música, arte e paisagem começa às 6 horas da manhã de sábado com uma performance-manifesto construída por Cody XV com cenografia de Diogo Mendes. Uma hora depois, o concerto Dies Irae junta, na capela de Santa Marta das Cortiças, a compositora sueca Maria W Horn com as portuguesas Mariana Caldeira Pinto, Maria João Vieira Leite, Mariana Vital e Maria Bustorff.
No final, uma caminhada pelo monte da Falperra vai permitir ver performances site specific do coletivo portuense Berru e da artista sonora e investigadora Cláudia Martinho.
Até à hora de almoço, junto da capela de Santa Marta do Leão, há atuações de Alexandre Centeio (11.30 horas) e Gordan (12.30 horas), com a associação portuense Sonoscopia a ficar a cargo de uma instalação que estará disponível entre as 13 e as 21 horas.
A música regressa às 18 horas, com o Concerto Para Olhos Vendados, por Luís Antero, numa experiência sensorial que terá como palco a icónica capela de Santa Maria Madalena da Falperra, local que recebe, às 19.30 horas, a compositora Clothilde.
Pelas 22 horas, sobe ao palco, junto da capela de Santa Marta do Leão, Ghosted, e para as 23.15 horas está marcado, no mesmo local a céu aberto, o concerto do norte-americano William Basinski, um dos mais aclamados nomes da música eletrónica ambiental. O Extremo encerra com um "live act" a cargo de M3STR.