Festival Internacional do Porto regressa sexta-feira. São 21 espetáculos em dez dias.
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A 32.a edição do Festival Internacional de Marionetas do Porto (FIMP) regressa esta sexta-feira, dia 15, com 21 espetáculos - destaque para "Le pas grand chose", de Johann le Guillerm, e para "O julgamento de Ubu", de Nuno M. Cardoso - , programação infantil reforçada e um novo parceiro: o Coliseu Porto Ageas. A edição de 2021, que se prolonga até ao dia 24 deste mês, continua a refletir sobre as "Ciências e políticas da matéria animada", abordando os "Limites do humano" e, desta vez, colocando também um foco particular no tema "Perpétuos efémeros".
"O que as marionetas fazem melhor é dizer coisas sérias a brincar", afirmou Igor Gandra, diretor artístico do FIMP. O certame vai distribuir-se por 12 espaços do Porto, com uma extensão ao Teatro Municipal Constantino Nery, em Matosinhos, oferecendo também workshops (no Teatro de Ferro, em Campanhã) e wips (works in progress).
O festival abre com "A abertura da abertura", um filme que será divulgado online e projetado nas estações de metro do Porto (de 8 a 24 de outubro). No mesmo dia, sobe ao palco do Rivoli a peça "Le pas grand chose", concebida, encenada e interpretada por Johann Le Guillerm, um performer há muito desejado pelo FIMP. O artista de circo, múltiplas vezes premiado, "apresenta um trabalho em que expõe teorias científicas tão delirantes como a que defende que 40% do ADN dos seres humanos é igual ao das bananas", antecipou Igor Gandra na apresentação do programa da edição mais musculada dos últimos anos.
Estreada antecipadamente, "a sátira selvagem sobre o duelo entre a justiça legal e a justiça moral", em que Nuno M. Cardoso dá corpo à sequela da saga "Ubu", de Alfred Jarry, tendo para isso criado, com o Teatro de Marionetas, "O julgamento de Ubu", continuará em cena no Teatro Carlos Alberto (TeCA) até sábado, dia16.
Regressos ao festival
Entre os grandes regressos ao festival, destacam-se "Robot dreams" de Meinhardt & Krauss (dia 16, Teatro do Campo Alegre), um espetáculo com três bailarinos, próteses biónicas e inteligência artificial, e "Discursos", de Marcelo Lafontana (no mesmo dia e no mesmo local), uma conferência em que são ressuscitados vários políticos do século XX, como Hitler, Fidel Castro ou Churchill, e revisitada a sua "galvanização das massas".
Destaque também para o espetáculo "O que o Mundo precisa é de uma deusa" (dia 20, TeCA), com texto de João Garcia Miguel e conceção da Alma d"Arame. "Será o sexo uma arma?", pergunta-se na peça que faz uma releitura da comédia intemporal "Lisístrata". Merecem igual atenção os espetáculos "Violences", de Léa Drouet, e "Forecasting", de Giuseppe Chico & Barbara Matijevic.
Numa edição em que a programação infantil é especialmente considerada, o Coliseu recebe, durante dois domingos consecutivos, dois filmes-concerto musicados pelo compositor Filipe Raposo: "Cinderela e outras histórias" (dia 17) e "As aventuras do príncipe Achmed" (dia 24). Da programação infantil faz parte "Pour bien dormir", dos franceses Mecanika,"Big bears cry too", primeira peça de Miet Warlop para crianças, e "Les petites géométries", da Cie Juscomama.