Theatro Circo acolhe esta sexta e sábado os quatro concertos da 9.ª edição em Braga: há Nils Frahm, Josh Rouse, os brasileiros Gilsons e os bracarenses Mutu. Em 2024, o certame vai crescer, revela ao JN o diretor João Carvalho.
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Esgotada há meses, a edição 2023 do Festival Para Gente Sentada, que acontece esta sexta-feira e sábado no Theatro Circo, em Braga, João Carvalho, diretor do evento, revela que “as expectativas foram excedidas”. “Nunca o festival esgotou tão cedo, por isso acredito que é uma prova da relevância que mantemos”.
Nils Frahm é o cabeça de cartaz da primeira noite. Depois de já ter passado por Braga e pelo Gente Sentada em 2018, o produtor alemão de 41 anos, que mistura música clássica contemporânea com eletrónica, regressa ao festival. “Quando são nomes incontornáveis e que encaixam no nosso conceito, como é o caso do Nils, é uma honra poder voltar a programá-los”.
A primeira parte desta sexta-feira ficará a cargo dos locais Mutu, um grupo da cidade de Braga que “joga em casa” e que justifica a presença pela sua “sensação” atual, argumenta Carvalho.
A festa continua sábado com o trio brasileiro Gilsons, formado por Francisco, João e José Gil, filho e netos de Gilberto Gil, que trazem uma mescla de sons que vão do pop rock ao reggae, sem esquecer a homenagem à Música Popular Brasileira.
Para fechar, há ainda Josh Rouse, com o seu folk norte-americano, que regressa a Portugal para uma digressão que recorda o seu álbum mais famoso, “1972”, lançado há 20 anos.
As portas abrem às 21 horas nos dois dias.
Para o ano vai crescer
Orgulhoso de ser o único festival no país que aconteceu ininterruptamente durante a pandemia, diz João Carvalho, o Gente Sentada avança para no próximo ano festejar, em simultâneo, duas datas redondas: será a décima edição a acontecer na cidade de Braga e festejará 20 anos de existência.
Para a festa, o diretor promete mudanças e surpresas. “Estamos já a trabalhar com o novo diretor do Theatro Circo, Luís Fernandes, para prepararmos um festival retocado e renovado”.
Nos últimos anos tem-se registado uma diminuição do número de atuações por edição, bem como a concentração, a partir de 2020, na icónica sala de espetáculos bracarense – abandonando o formato que programava também no Gnration e no centro da cidade, com concertos gratuitos.
“Programar com comodismo não é o nosso modo de trabalho e, por isso, o conceito levará uma volta”. Certezas sobre o que será, só mais para a frente.
Criar novas raízes em Braga
Criado em 2004, o Festival Para Gente Sentada acontecia originalmente em Santa Maria da Feira – e com cartazes maiores. Fixado na cidade dos arcebispos desde 2015, João Carvalho considera que o certame já é parte da identidade cultural bracarense.
“Conseguimos criar um festival com grande cumplicidade com Braga, o que ajuda na nossa tentativa de levar eventos para fora dos dois principais centros do país”, conclui João Carvalho.