Festival Política vai refletir sobre a desinformação com debates, cinema e espetáculos
O Festival Política arranca esta quinta-feira, às 17.30 horas, na Pousada da Juventude de Braga, com o workshop "Desinformação, regulação e literacia mediática", para dizer logo ao que vem. "Desinformação" é o tema desta edição, com a guerra na Europa como pano de fundo.
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"Apesar de termos este nome que pode parecer pesado, também queremos passar bons momentos. Através de filmes, espetáculos ou encontros queremos promover uma reflexão sobre a participação cívica e as grandes problemáticas dos direitos humanos", diz Rui Oliveira Marques, codiretor artístico.
Ao todo, o festival propõe 15 atividades, que se prolongam até sábado, com um cartaz que procurou "envolver nomes nacionais, mas também ativistas e criadores da região", esclarece o responsável.
Um dos destaques é a visita guiada com o historiador bracarense Rui Ferreira, que acontece no último dia, pelas 10 horas, a partir do Arco da Porta Nova. "Será que o jardim de Santa Bárbara é mesmo um jardim barroco?" é um dos mitos ou mentiras que atravessam a história da cidade que vão ser desvendados pelo investigador.
No mesmo dia, o olhar vai para as comunidades brasileiras e de etnia cigana da região. Às 16.30 horas, na Pousada da Juventude de Braga, ouve-se "um testemunho na primeira pessoa de uma brasileira que vive em Portugal", no filme "Deixa ser eu", que antecede um debate "com outras pessoas da comunidade brasileira de Braga", explica Rui Oliveira Marques.
Uma hora depois, Tiago Pereira mostra o documentário "A música invisível", que inclui a participação de membros da comunidade cigana de Braga. A fechar esta sessão acontece o concerto dos músicos ciganos bracarenses Raspa e Raspinha, a quem se juntam depois, à conversa, Tiago Pereira e Lima Barbosa.
O Festival Política encerra com o espetáculo de humor "A grande mentira", por Hugo van der Ding, às 21.30 horas.
Antes disso, ainda há muito para ver esta sexta-feira. O festival vai juntar deputados com assento parlamentar, pelas 18.30 horas, para uma conversa. Logo depois, há cinema e, às 21.30 horas, o teatro e performance do coletivo Jângal.
Todos os eventos do festival são gratuitos. De forma a garantir a acessibilidade e inclusão, as sessões de cinema são legendadas em português, incluindo as de língua portuguesa, e as atividades são acompanhadas por tradução em Língua Gestual Portuguesa.
"Este ano, finalmente, temos inscrições de pessoas surdas em todas as atividades. É uma vitória gigante", regozija-se Rui Oliveira Marques, garantindo que o propósito do festival é "trazer toda a diversidade que existe na sociedade".
Em Lisboa, onde esteve antes de chegar a Braga, o evento conseguiu atrair cerca de 2500 participantes.