Novo filme do artista multidisciplinar ilhavense Henrique Vilão vai ser projetado, esta quinta-feira, na sala de cinema mais antiga da Áustria, no Breitenseer Lichtspiele, no âmbito do festival “Art+Film+Vienna”.
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Henrique Vilão, realizador e artista multidisciplinar natural de Ílhavo, tem, pelo segundo ano consecutivo, um filme seu escolhido para ser projetado no “Art+Film+Vienna”, um festival de cinema experimental que decorre, desde esta quarta-feira até sábado, na capital da Áustria. “Are we there yet?” é exibido, quinta-feira, no cinema austríaco mais antigo, o Breitenseer Lichtspiele – que data de 1905 e é, também, um dos mais antigos do Mundo ainda em utilização.
Um cinema “não narrativo, ligado sobretudo às artes plásticas e à arte contemporânea”, que explora “de forma mais livre e não linear conexões entre imagem e som”. É dessa forma que Henrique Vilão – licenciado e mestre em cinema, pela Universidade da Beira Interior (UBI) – resume ao JN, em poucas palavras, em que consiste o cinema experimental.
“Are we there yet?” sucede a “Plastik”, o filme do realizador que, no ano passado, integrou o “Art+Film+Vienna”, um evento que se espalha por toda a cidade de Viena, mas que se centra, sobretudo, no cinema Breitenseer Lichtspiele. A obra em causa, conta o artista, “explora interseções possíveis entre a música experimental e a videoarte, tendo como centro a utilização de uma estética ‘glitch’ [uma forma de expressão artística que utiliza erros digitais, falhas e distorções] e imagens de monitores crt [utilizados, por exemplo, em computadores e televisões antigos]”.
Henrique Vilão, que é docente nas áreas de som e de cinema experimental, conta que se tem “dedicado apaixonadamente a este universo do cinema experimental”, ficando “naturalmente muito emocionado com esta seleção consecutiva no ‘Art+Film+Vienna’”. “É um privilégio grande voltar a ver um filme meu projetado numa sala como a do Breitenseer Lichtspiele, num festival dedicado a esta ligação muito forte entre o cinema, a videoarte e a artes plásticas, o que tem tudo a ver com a minha prática”, sublinha o realizador, que foi também responsável pela montagem e pelo design de som do filme.
Em Portugal, para já, ainda não há previsão de “Are we there yet?” ser exibido. No entanto, Henrique Vilão garante que, no nosso país, o cinema experimental é “um universo com uma atividade muito efervescente, que junta artistas emergentes a alguns nomes bem estabelecidos na cena artística nacional”, havendo, “cada vez mais festivais que incorporam secções dedicadas a esta forma de fazer cinema”.