
"Short summer", da russa Nastia Korkia, é um retrato de guerra visto por uma menina de oito anos
Foto: D.R.
"Short summer" é um filme que "surpreende e comove, ao mesmo tempo que incute terror", disse o júri. Outros premiados no festival: "A última colheita", "Rule of stone", "Just sea", "Orlando Pantera" e "Num sopro".
Corpo do artigo
É um retrato da vida de uma menina de oito anos na guerra da Chechénia, que "surpreende e comove, ao mesmo tempo que incute terror", disse o júri do Porto Post Doc ao atribuir o Grande Prémio da competição internacional ao filme "Short summer", da russa Nastia Korkia.
"O júri da competição internacional decidiu atribuir o Grande Prémio Vicente Pinto Abreu a um filme que convoca a poesia, o simbolismo e a magia na construção de uma infância que transcende a materialidade da imagem e dos elementos", pode ler-se na decisão.
Este filme, que se estreou no Festival de Cinema de Veneza, onde recebeu o galardão para melhor primeira obra, venceu no festival do Porto por unanimidade - e mereceu também o prémio do público jovem, atribuído por estudantes.
A cineasta russa, filha de uma realizadora de documentários e de um poeta, estreou-se em longas-metragens com "Short summer", que também já foi premiado na competição para novos realizadores do festival de Chicago, nos EUA.
O júri do Grande Prémio foi composto pela realizadora sueca Anna Eborn, a realizadora e produtora Filipa Reis e pelo realizador, jornalista e programador Frédéric Maire.
"A última colheita": cabo-verdianos em Lisboa
No restante palmarés do Porto Post Doc 2025, que terminou neste fim de semana, a competição da área Cinema Falado, para obras nacionais e faladas em português, foi ganha por "A última colheita", obra do cabo-verdiano Nuno Boaventura Miranda.
"Na comunidade cabo-verdiana de Lisboa, Gabriel, um rapaz de 13 anos assombrado pelas lembranças difusas do pai, encontra refúgio nos jardins escondidos da cidade. A mãe, Isabel, esforça-se por criá-lo sozinha enquanto trabalha em turnos noturnos, e Firmino, um agricultor idoso, chora a perda do seu milheiral", pode ler-se na sinopse da obra.
Noutras categorias, o prémio Human Rights in Motion, para filmes ligados "aos valores dos direitos humanos, liberdade e democracia", recaiu sobre "Rule of stone", de Danae Elon, que retrata o poder da arquitetura moderna na construção da cidade de Jerusalém.
"Just sea", de Franziska von Stenglin, triunfou na competição internacional de médias e curtas-metragens, enquanto Catarina Alves Costa viu "Orlando Pantera", documentário sobre o músico cabo-verdiano com o mesmo nome, receber o prémio do público da secção Transmission, ligada à música.
O Prémio Cinema Novo, para estudantes e estreantes, foi para "Num sopro", de Catarina Couto Gonçalves, realizadora que também recebeu o Prémio MAD, para melhor cineasta desta secção.
